quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Tchauzinho, 2008.

Meu Natal foi uma merda. É, foi uma merda mesmo, como se pode ler no post abaixo.

Não os dias que antecederam o Natal, que foram ótimos. Nem os dias seguintes, que foram indescritíveis. Mas sei lá, das 8 da noite do dia 24 até o fim do dia 25, foi tudo péssimo. Acho que eu nunca tive um Natal tão idiota.

Só que hoje, talvez pra compensar, eu acordei disposta a fazer do último dia do ano um ótimo dia. Na verdade, menos que isso, eu acordei disposta. E é uma coisa que não tem acontecido com muita freqüência nos últimos, sei lá, doze meses. Já era motivo pra comemorar. Comi um biscoitinho e fui lá pra baixo jogar tênis com o meu pai (uma coisa que eu não fazia há uns, sei lá, doze meses).

Tinha um molequinho pentelho de uns seis ou sete anos que queria jogar também, mas a gente não deixou. Coitado do molequinho. Mas ah, é o último dia do ano, vá, deixa a gente ser feliz um pouco. Depois eu saí pra comer, e numa esquina da Ibirapuera, tinha uma menininha vendendo balas. Eu disse que eu não queria, obrigada. Fiz o retorno e acabei parando de novo no semáforo; a mesma menininha veio me oferecer balas pra comprar. Eu disse que não, obrigada. Mas quase abri o vidro pra desejar a ela um Feliz Ano Novo.

Mais tarde eu passei na frente do colégio em que eu estudei da quinta série até o terceiro colegial, voltando pra casa. Naquela esquina no fim da rua, mora um mendigo desde que eu comecei a estudar lá. Todo dia, ele pede a mesma coisa pras mesmas pessoas que moram, trabalham ou estudam por ali. E acho que nos sete anos em que eu fiz o mesmo caminho, nunca dei nada pra ele. Nada. Revirei a bolsa procurando algum trocado, mas só achei uma moedinha de dez centavos. Fiquei com vergonha de dar só dez centavos pra ele, bem no último dia do ano. Fiz aquela cara de “putz, não tenho nada” e disse: “Putz, não tenho nada...”. De novo, quase abri o vidro pra desejar Feliz Ano Novo, toda sorridente.

Fiquei meio feliz, meio triste. Por essas pessoas que passam o Ano Novo sem Tender na mesa. Ah, que tonta. Elas devem passar o Ano Novo até sem mesa, se bobear. Na porta de casa, parei de me censurar e abri o vidro pra desejar um Feliz Ano Novo pro porteiro do condomínio, toda sorridente. Ele me sorriu de volta e disse um “Feliz Ano Novo” bem simpático. Aí, quando eu passava pelo portão, ouvi, lá de longe, o porteiro da outra guarita gritando um “Feliz Ano Novo” pra mim.

Sorte deles que foram passar a virada em casa. Fiquei pensando no pessoal que vai trabalhar à meia-noite. Tipo os porteiros do turno da noite, mesmo. Acho que vou acabar descendo lá pra desejar um 2009 legal pra eles. E sabe, espero que em todos os dias de 2009, eu – e não só eu – acorde sorrindo pra vida e pras pessoas. Que nem hoje.

E... ah! Um 2009 legal pra vocês :)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Então foi Natal.

Sempre me sinto pressionada a escrever alguma coisa decente no Natal. Sei lá, por ser uma data especial e eu achar que as pessoas esperam ler coisas especiais em datas especiais. Ou porque eu mesma entro nos sites por aí esperando ler coisas especiais em datas especiais.

Mas... é sempre igual. São sempre as mesmas comemorações, os mesmos desejos, as mesmas indignações. Ano passado eu escrevi alguma coisa sobre o espírito do Natal, a coisa de eu ficar toda feliz mesmo passando o Natal em casa, só com os meus pais. Esse ano, pelo contrário, até me revoltei um pouquinho com a data.

Faltou luz no Natal. Eu passei o Natal no escuro, de pijama, só com os meus pais, sem champanhe, de cabelo preso num coque por preguiça de me arrumar. Depois da meia-noite, passei uns 20 minutos no quarto ligando pra pessoas de quem eu gosto e mandando mensagens de texto pra desejar Feliz Natal. Aí fui lá comer a sobremesa, abri os presentes sob a luz de uma lanterninha, e fui dormir. À uma da manhã.

Eu passei o Natal de pijama. E isso me fez muito pensar que o Natal é um dia como qualquer outro. Tem gente que dorme antes da meia-noite no Natal. Tem gente que não ceia no Natal, tem gente que não ganha presente no Natal. Tem gente que trabalha no Natal. Pra que é que a gente faz tudo diferente no Natal?

sábado, 13 de dezembro de 2008

Nhé

Eu sei que é clima de Natal e tudo isso.

Eu sei que eu tô de férias e não tenho nada pra fazer.

Eu sei que eu criei um blog porque eu gosto de escrever baboseiras e queria que as pessoas me lessem.

Eu sei que eu ando negligente com o Ponta do Durex e panz.

Mas eu juro que não consegui escrever nada que prestasse nas duas últimas semanas.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Jogo da memória

Faz um tempão que eu não sento pra escrever nada. E sei lá, tava aqui no trabalho pensando na vida – já que trabalho mesmo quase não tem – e resolvi escrever alguma coisa só pra encher lingüiça. O problema é que eu tenho certeza que tenho uns trocentos temas sobre os quais escrever, mas nunca lembro deles quando estou sentada na frente do computador.

Sabe, a memória é uma coisa engraçada. A minha, por exemplo, é ótima pra números de telefone, e pra situações também, meio visual até. Do tipo “Ah, na primeira vez que eu te vi eu estava usando aquele cachecol cor-de-rosa, né?” ou “Nossa, esbarrei com você no elevador quando você tava de verde”, sei lá.

Eu lembro do número de telefone de uma menina que foi minha amiga no colégio. E eu não ligo pra ela desde o primeiro colegial, eu acho. E nem falo com ela, pra falar a verdade. Decoro telefones rapidinho. Quando eu era mais nova, eu sabia o número de chamada de qualquer pessoa na classe, a data de aniversário de todo mundo que já tivesse me falado, e a roupa que todo mundo tinha usado no dia anterior.

Todo mundo diz que tem coisas que a memória resolve apagar, pro nosso próprio bem. Eu não me lembro de nada que... ah, se a minha memória apagou, é óbvio que eu não lembro, duh. Mas lembro de situaçõezinhas x quando eu tinha meus três ou quatro anos, como quando eu resolvi que ia casar com o dono da empresa de móveis para banheiro, só porque no armário do banheiro estava escrito “Bonatto”.

Ou o dia em que eu levei o maior tombo entrando no ônibus de turistas em Gramado, e fiquei com o joelho sangrando o jantar todo. E não quis que a minha mãe passasse mercúrio – que era a única coisa que tinha no hotel – porque minha perna ia ficar pintada de vermelho. E um velho do ônibus, de uns 60 anos, ficou brincando com os meus protetores de orelha e falando pra eu não chorar que ele ia casar comigo. Como se eu estivesse chorando, humpf.

Eu lembro de montes de coisas inúteis, pra falar a verdade.

Então me explica, pelamordedeus, por que raios eu não consigo lembrar a senha do meu e-mail do Yahoo?

sábado, 29 de novembro de 2008

Desabafo

Nem acredito que finalmente estou de FÉRIAS!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

E aí inventaram as mãos

Faz tempo que eu estou querendo escrever um texto sobre mãos, mas demorou pra eu ler algo que me inspirasse...

Sabe, eu adoro mãos. Tudo bem, admito, a primeira coisa que eu reparo num cara são os olhos; daí eu vejo o cabelo, depois o sorriso. Mas se tem uma coisa que eu acho especial, são as mãos.

Outro dia alguém me perguntou o que eu gostava no meu corpo e putz, eu não gosto de nada no meu corpo. A não ser as minhas mãos (e talvez o meu cabelo quando ele tá de bom humor). Meus dedos são longos e sei lá, minhas unhas não costumam quebrar e tal. E eu tenho essa mania de ficar reparando em mãos alheias também.

Acho lindas as mãos de mulher com dedos compridos e finos, retinhos, e unhas bem feitas. Também acho bonitas as mãos com anéis, as morenas, as com sardinhas e as calejadas, por incrível que pareça, porque elas dizem mais sobre as pessoas que qualquer história.

Pra homem, adoro mãos com unhas sempre cortadinhas (não feitas no salão, confesso que acho isso meio... feminino demais) e bonitinhas. E principalmente aquelas em que dá pra ver as veias. É tão bonito um cara apertar a sua mão e você ver todas as linhas dos ossinhos, e as veias entre eles e... tá, chega.

É que, a sério, as mãos falam mais que a boca, sempre. Elas podem fazer carinho, podem aproximar, podem afastar... Um aperto de mãos pode selar um acordo, criar um amigo, acalmar uma pessoa nervosa. Mãos dão tapinhas amigáveis nos ombros, apertam bochechas, mexem no cabelo de jeitos legais, tocam lindas melodias. E, mais que tudo isso, sabe... mãos escrevem. :)

domingo, 16 de novembro de 2008

Divagação de sábado à tarde

Eu tenho essa mania de andar observando meus próprios pés.

Todo mundo diz que isso quer dizer que a gente se menospreza, se inferioriza e coisas afins. Não duvido. Deve ser um pouco de timidez também, ou de vergonha de encarar a vida, sei lá.

Hoje, fui sozinha andar de bicicleta no Parque do Ibirapuera. Fazia muito tempo que eu não ia lá, e sozinha então... Depois de dar umas voltas desastrosas e cansativas, devolvi a bicicleta e fui andar. É, sozinha, sim. Se você é um leitor um pouco fiel dessa joça, já sabe que eu sou estranha a ponto de adorar passar o tempo sozinha.

Aí fui caminhar devagarinho, com Keane tocando no iPod... parei na beira da lagoa e fiquei olhando pra ela pensando na vida, pra variar. “I felt the earth beneath my feet, sat by the river and that made me complete”, foi o que tocou na hora. Sei lá, foi tão gostoso ficar lá vendo a lagoa e as pessoas ao meu redor. As crianças correndo, andando de bicicleta, o grupo de amigos fazendo piquenique, o casal deitado na grama rindo de nada.

Levantei e continuei andando pelo parque; ainda tinha quase uma hora pra ficar lá ouvindo Keane e não ia ficar só parada na frente da tal da lagoa. Só que aí eu resolvi andar diferente: olhando pra cima. Tinha tanto pra ver e admirar ali que eu não ia ficar olhando só pros meus próprios pés. E putz, tinha mesmo tanto pra ser visto...

Às vezes eu acho que eu sou meio deslumbrada com as coisas. Porque tudo, tudo que eu via no parque eu achava maravilhoso ou fascinante de alguma forma. É curioso como eu me fascino, mesmo, com coisas que todo mundo acha banais. Tipo amigos jogando frisbe ou uma mãe deitada com o bebê na grama. Ou crianças brincando de ficar de cabeça pra baixo no trepa-trepa. Ou o ipê roxo na beira do lago, visto de cima da ponte com pintura descascada. Sei lá, só que não dava mais vontade de olhar pra baixo.

Saí de lá com duas idéias na cabeça: uma bem triste, até, e a outra, essa aqui, de olhar pra cima, pra frente, sabe Deus pra onde que não seja pra baixo nem pra mim mesma. Espero que dê pra tirar alguma lição disso, e tipo levar como ensinamento pra vida. Essa coisa de andar observando meus próprios pés me faz perder tanta coisa legal que tem pra ser vista...

domingo, 9 de novembro de 2008

Alone in the light.

Pode parecer estranho, mas como eu já sou estranha mesmo e todo mundo sabe disso...

...adoro ficar sozinha (e isso até já deve ter sido assunto por aqui). Outro dia estava até comentando com o Rodrigo que adoro viajar sozinha porque posso ficar tranqüila ouvindo meu iPod e pensando na vida. É uma delícia ficar olhando pela janela do ônibus, vendo as nuvens no céu (que costumam desaparecer à medida que me aproximo do interior) e pensando em coisas aleatórias.

Inclusive (e acho até que já me chamaram de maluca por isso, mas sei que todo mundo faz), adoro criar situações. E minha imaginação é bem, beeem fértil. Aí misturo alguma coisa que aconteceu com alguma história que pode decorrer daquela e tcharam: um filme na minha cabeça, com todos os personagens, o cenário, as falas. E, enquanto a cena não fica perfeita, repito e repito as imagens alterando um detalhezinho ou outro.

Algumas vezes, no entanto, é bom não pensar em nada, esvaziar a mente e passar alguns momentos em silêncio. E eu tenho um cantinho especial pra fazer isso. Lá no Banespa, no clube, tem um terraço muito gostoso ao lado do restaurante. Quando vou almoçar lá com os meus pais e meus avós, e o pessoal fica empolgado conversando em volta da mesa, comendo com a maioooor paciência, e eu normalmente já acabei de comer, dou uma escapulida e vou pro terraço.

Quando tem sol, é legal ficar olhando lá pra baixo, observando as pessoas na piscina, as crianças brincando, os pais caminhando... lá o sol nunca é forte demais, e o vento nunca faz com que meu cabelo pareça uma juba de leão. É tudo na medida certa. Se estiver frio, é mais legal olhar pra cima, mesmo que o céu esteja nublado, porque lá embaixo fica vazio e sem graça. Aí é mais legal olhar pras nuvens fofinhas.

Parece que o céu é muito maior quando eu estou lá.

sábado, 8 de novembro de 2008

Sobre nada (uau).

É, é meio sobre nada mesmo.

Hoje eu tava voltando pra casa, num trânsito infernal por causa da chuva legal, sentada no banquinho de idosos do ônibus (já que não tinha nenhum idoso lá). Aí no meio do anda-pára-anda-pára do busão, peguei meu bloquinho - que, como boa (ou não) jornalista, carrego sempre comigo - e comecei a escrever qualquer coisa.

Saiu algo mais ou menos assim:

"Oi, tô no ônibus e tá um pãta trânsito, então vou brincar de escrever no bloquinho, mesmo que tudo torto, porque aí eu passo o tempo, pelo menos, já que nem ando mais com livro na bolsa pra ler. Queria escrever um texto pro blog, mas minha vida tá tão em paz que eu não consigo achar inspirações. E apesar de vida em paz ser sinônimo de nada acontecendo, até que eu tô bem assim".

Não que a vida não tenha emoções at all, mas sabe quando tá tudo tão em paz que não dá aquela vontade de extravasar nada? Ainda mais pra uma menininha tão fria como eu. Então. Só que eu ando me sentindo meio em débito com o blog, de qualquer jeito... aí passei por aqui pra escrever um post sobre nada.

E como um bom (?) post sobre nada, ele termina... do nada. =D

Vou dormir que amanhã tem Planeta Terra! (E esse texto tá parecendo um dos do blog que eu tinha com 15 anos. Só falta o "Bjos, Boninha" no final. hahahahaha)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Um post felizinho e alternativo.

Resolvi deixar as histórias tristes pra lá, as confusões da minha cabeça também. Resolvi deixar a história do velhinho pra outro dia, o encontro na livraria pra semana que vem e o sonho da semana passada pra outra. Porque esses dias eu escrevi uma coisa que vale muito mais a pena ser lida do que um monte de palavras tolas que tentem passar alguma mensagem vazia.

É que às vezes eu acho que a vida é feita pra ser vivida. Só às vezes, mas são vezes que valem tanto a pena que eu até entendo as pessoas que dizem que eu deveria parar de pensar tanto pra viver mais. E olha que não são poucas.

Canso de ouvir dizer que a vida é como uma folha em branco, em que a gente escreve a nossa história. Do mesmo jeito que eu estou escrevendo essas palavras nessa folha em branco agora. E a melhor forma de viver é assim também: do jeito que dá vontade, na hora em que dá vontade, sem pensar muito e ouvindo aquela música que tem feito seus últimos dias.

Sabe? Quero me jogar na vida. Quero ser eu mesma por um dia, quero dizer o que eu penso, quero ir atrás do que eu quero pra mim e, por mais que eu não saiba o que é, quero ser livre pra fazer o possível pra descobrir. Não quero passar por cima de ninguém nem fazer ninguém sofrer, só quero ser eu mesma. Quero tentar, experimentar, errar, tropeçar, cair e começar tudo de novo, que é a melhor forma de aprender.

Quero a minha folha em branco pra usar desse jeito. Pra escrever a minha história, pra apagar, rabiscar, rasurar, fazer parênteses, colchetes, asteriscos, flechinhas. E, se eu não gostar de nada, quero o direito de poder amassar, jogar fora e começar tudo outra vez. Sem ninguém pra julgar, palpitar ou dar pitaco. Mas sim pra escrever junto comigo, deixar recado, foto, desenho, xingamento se quiser, que ter um monte de gente participando da sua vida é a melhor coisa.

Na minha singela folha de papel vai ter lugar pra todo mundo. Amigos, inimigos, alheios, figurantes, conhecidos, perdidos, amores, desamores, familiares e até cachorros, porque eu tenho me dado bem com eles. E quero deitar minha cabeça no travesseiro no fim do dia com a sensação de dever cumprido, de folha preenchida da primeira à última linha, com rabiscos, recados, desenhos e coisas sem sentido.

É, porque a vida não tem sentido nenhum mesmo. E é assim mesmo que eu gosto dela. :)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Comofas quando a gente tem um monte de escritos a mão e preguiça de digitar pras pessoas lerem?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O que ela tinha a dizer

“É esse o amor que você sente? Bom saber”.

Ela digitou as duas linhas nas teclinhas do celular. Leu, releu, hesitou com o dedo sobre o botão para enviar, hesitou mais um pouco, acabou mandando. Não sei o nome do destinatário, nem a idade, nem a aparência. Não sei o que ele fez a ela, o que disse, o que deixou de dizer.

Fechou o celular, abriu o zíper da bolsa, colocou o aparelho no bolso menor do lado de dentro. Fechou a bolsa, olhou o relógio. O céu escuro daquele dia frio não deixava notar, mas ainda eram 18h27. A aliança prateada ainda brilhava no anelar da mão direita, intacta.

Ela mirava o céu com os olhos tristes de quem vive a incerteza.

Bom saber. Bom?

sábado, 4 de outubro de 2008

A arte de dar um bolo

Poucas pessoas são exímias conhecedoras da arte de dar um bolo.

Apesar das divergências existentes entre algumas pessoas sobre o real significado de um bolo, podemos caracterizar um bolo como o não-comparecimento ao compromisso previamente arranjado, ou o ato de desmarcar o tal compromisso a poucas horas de sua concretização.

A seguir, você confere, portanto, alguns passos importantes a seguir para dar um bolo perfeito e ser detestado pelas pessoas que querem sair com você.

- Não invente desculpas dramáticas, do tipo “meu cachorro morreu” ou “minha avó está tendo um ataque”. Por mais vergonhoso que seja, diga a verdade. Se a mãe não deixou, não deixou, fazer o quê?

- Desculpe-se muitas vezes. Você pode dizer 50 vezes que você sente muito, ninguém vai te achar uma pessoa melhor por isso.

- Tente compensar de todas as formas possíveis. Seja uma ótima pessoa, faça as vontades dos outros, seja boazinha, amável etc e tal. Isso só vai deixar todo mundo com mais raiva de você.

- Invente um outro programa pra substituir aquele perdido. Um “que tal nos vermos na saída da aula por 5 minutos?” ou um “te pago um café semana que vem” vão deixar as pessoas mais estressadas ainda, já que o programa substituto nunca vai chegar aos pés do combinado.

- Por fim, depois que as pessoas ficarem mofando em casa por sua causa, diga que sente muito, que se arrepende e que tentou de tudo para aparecer. Repita todas as desculpas até a exaustão e fique relembrando aquele momento amargo.

Pronto. Você acaba de aprender a melhor forma de dar um bolo e ser odiado pelos amigos. Simples assim. Após experimentar, volte a nos procurar e conte sua experiência. Nossa equipe aguarda ansiosamente!

domingo, 21 de setembro de 2008

Eu gosto do virtual.

Hoje, no meio de uma conversa, comentei com alguém que eu gosto do mundo virtual. Gosto de amigos virtuais, de piadas virtuais, de abraços virtuais. Gosto de encontros virtuais e até de amar virtualmente. O problema é que, no mundo real, nunca é a mesma coisa.

Virtualmente, a vida é super mais fácil. Pra começar, ninguém te vê, te observa. Um abraço virtual é sempre mais fácil e mais oportuno. Mandar um beijo pelo msn é super comum, mas ao vivo nem sempre a gente faz isso pra se despedir. É muito mais fácil falar do que fazer. E é muito mais fácil escrever do que falar, aliás.

Escrever um “eu te amo” no msn, no Orkut ou numa mensagem no celular é moleza. E falar, alguém fala? Até contar as coisas é mais fácil. Ou falar sobre algum assunto importante, sei lá. Ter que olhar nos olhos da pessoa com quem se fala é tão... intimidador.

Muitas vezes, quando eu converso com as pessoas, se é que eu consigo falar o que eu quero falar, eu olho pro lado, pra baixo, mexo no brinco, olho as fotos de um livro ou cismo com aquele fiozinho escapando na costura da blusa. Vocês já devem ter reparado. Se eu tenho que escrever no msn, plim. Sai tudo em dois minutos.

Ou quase tudo.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pensamentos por aí.

A gente precisa de tempo pra pensar na vida.

Sabe quando você fica parado, sem fazer nada, só pensando em um monte de coisas? Por mim, eu ficaria horas deitada na minha cama... não, não, na minha cama não. Sentada num banco... ah, também não. Deitada na grama. Pensando na vida.

Ah, pensa só. Aquele dia quentinho... não escaldante, só quentinho. Que dê pra usar moletom, mas que esteja sol. Aí você acorda, se espreguiça, toma o leitinho e vai lá pro jardim. Deita na grama e fica olhando as nuvens. A coisa mais legal é ficar vendo o formato das nuvens, chutando com o que elas se parecem.

Aí você liga uma música calminha, tipo Keane, sei lá. E fica lá ouvindo e pensando na vida. Pensa nos trabalhos da faculdade, porque não tem como evitar. Pensa no que vai comer no almoço, já que é domingo. Pensa no que a sua amiga te contou ontem; pensa no palpite que aquela outra deu sobre certo fato. Por alguns instantes, tenta não pensar em nada.

Lembra de coisas que aconteceram com você nos últimos dias, lembra de coisas que aconteceram com você nos últimos anos. Imagina onde você vai estar daqui a um certo tempo. Sonha com a tão esperada viagem. Cria situações fictícias com pessoas que você conhece, só para se divertir.

O tempo passa e você não precisa de mais nada. Só daqueles minutos com você mesmo, deixando a imaginação passear. Luzes, cores, formas, lugares, pessoas. Tudo ali, dentro de um espacinho mínimo no seu cérebro. Dentro de você.

Acho que eu tô precisando de um tempo pra olhar pro céu e pensar na vida.

domingo, 14 de setembro de 2008

É...

...desisti de tentar entender as coisas da vida.

sábado, 6 de setembro de 2008

Dá pra entender?

Esses dias eu entrei no ônibus (ai, pelamordedeus, mais uma de ônibus não... finge que eu tava... no elevador, no metrô, no meio da rua, não faz diferença) depois de um dia exaustivo de trabalho e tal. Sentei lá no fundo e tinha dois menininhos surdos conversando.

Como todo mundo sabe, menininhos surdos conversam em linguagem de sinais. E, fora uma meia dúzia de letras, eu não sei absolutamente nada de linguagem de sinais. Logo, fiquei observando os meninos e tentando descobrir sobre o que eles estavam conversando. Os dois deviam ter mais ou menos uns 12, 13 anos. Usavam uniforme da escola e estavam indo lá pra AACD fazer algum curso (como eu descobri depois, quando desci no mesmo ponto que os dois e tinha tipo um congresso de surdos reunidos indo lá pra AACD fazer algum curso).

Comecei a pensar se eles estavam conversando sobre a escola, sobre a família, sobre o trânsito, sobre o que iam comer à noite. Fiquei olhando um tempão pra eles, prestando atenção, e nem me dei conta de que talvez fosse mais educado eu não fazer isso. Aí começou a me passar pela cabeça que, talvez, eles pudessem estar falando... de mim! Algo do tipo “Por que diabos essa menina chata fica olhando pra gente? Nunca viu um surdo na vida?”.

Ok, sei que é paranóia minha, mas confesso que eu fiquei meio preocupada com isso. Sei lá, é horrível não entender as coisas. Nada a ver com o fato de eu ser uma das pessoas mais curiosas (nada de enxerida, cu-ri-o-sa.) que eu conheço, mas foi tão irritante quanto sentar ao lado de dois... sei lá, finlandeses, conversando e não entender uma só palavra. E ficar pensando que a mulher pode estar falando mal do Brasil ou que o cara pode estar comentando o corte de cabelo bizarro da menina sentada ao lado. No caso, você.

A gente se irrita com as coisas que a gente não entende justamente pelo medo de que elas possam nos atingir. E, ao mesmo tempo, achamos essas coisas que a gente não entende fascinantes, pela ansiedade de descobrir o que elas querem dizer.

Que post óbvio.

Agora eu preciso entender porque eu demorei dezenove anos e meio pra me dar conta disso. Whatever.

domingo, 31 de agosto de 2008

Sara.

Sara sentara-se no banco sobre as rodas do ônibus. Seus favoritos, os mais altos que ficam no fundo do veículo, já estavam quase todos ocupados, e ela não se sentia à vontade a ponto de sentar-se entre aqueles estranhos. Não naquele dia.

O horário do intervalo, a discussão com Bárbara, os olhares furtivos de Rafael. Os acontecimentos da manhã passavam apressados por seu pensamento, enquanto afastava a franja do rosto, que lá fora parar depois de discutir um pouco com a brisa que soprava da janela aberta sobre o banco à frente da garota. Sara tinha quinze anos.

Era uma menina comum. Ou pelo menos era o que ela pensava. Tinha mãos delicadas, um sorriso cativante e uma dificuldade tremenda em matemática. Os anéis castanhos formados pelos cabelos displicentemente penteados para trás caíam sobre as espáduas e brilhavam intensamente sob o sol que passava através da janela do ônibus. Era quinta-feira.

Quinta-feira era dia de macarronada. Sara encontraria o irmão mais velho – já fazia faculdade, o Jorge – para o almoço na casa da vó Lena. Jorge tinha uma namorada, a Fernanda. A Fernanda sempre ia almoçar com eles às quintas-feiras. Era um amor de pessoa (exceto nos momentos em que ouvia jazz, mas essa é uma outra história).

Sara foi despertada repentinamente desses pensamentos por um enorme falatório e o barulho da catraca girando. Repetidas e repetidas vezes. Havia um ônibus quebrado bem em frente ao que ela estava, e não foi difícil imaginar de onde vinham tantos passageiros, àquela hora em que normalmente não havia muitos deles.

Entre esses tais passageiros, havia uma senhora muito magra e desajeitada, carregada de sacolas nos ombros e segurando uma caixa de papelão nas mãos. Era uma caixa dessas de alimentos, meio velha e rústica, e a senhora a segurava com muita, muita firmeza. Sara se ofereceu para ajudá-la, pensando ser pesada ou conter algo de valor para a mulher.

Com recomendações e mazelas, a velha postou a caixa no colo da menina, que voltou a perder-se em pensamentos. A macarronada da vó Lena. A massa al dente e o molho feito na hora. Ah, o molho... com almôndegas... podia até sentir o cheiro! E então, voltou a si; o ponto em que deveria descer se aproximava e ela precisava devolver a caixa para a mulher. A mulher. Cadê a bendita da mulher da caixa?

Sara precisava encontrar a velha do ônibus. A caixa pertencia a ela. Resolveu descer do ônibus e abrir a tal caixa depois, para ver se havia algo que a levasse até a dona. Mas... será que ela poderia? Ela estaria invadindo a privacidade da mulher, afinal. Andara estudando essas coisas de público e privado no colégio, sabia o que estava pensando.

Uma menina caminhava para casa com uma caixa de papelão debaixo do braço. Só uma menina.

domingo, 24 de agosto de 2008

Voltando à saga de nostalgias da minha infância...

...a segunda coisa de que eu mais sinto falta, depois do portão do meu prédio, é a musiquinha do caminhão de gás.

Todo domingo, eu acordava cedo com a música do caminhão de gás. Não essa aqui, que toca hoje pelas ruas e todo mundo tá acostumado. Essa outra, que tocava lá perto do prédio de pintura descascada no Jabaquara (não em Diadema, ok?) e que me fazia tããão bem.

Era a maior felicidade quando o caminhão passava, e eu descia com o meu pai pra comprar um botijão! Não me perguntem o porquê, mas eu ficava lá, ouvindo a música... pensando na vida e esperando o tempo passar. E toda semana, eu esperava ansiosa o caminhão de gás do sábado ou domingo.

E pra falar a verdade, é a única música clássica que eu sei tocar de cor no teclado. Não que isso faça alguma diferença, mas é.

E acho que eu ando pensando demais em voltar pra infância...

sábado, 23 de agosto de 2008

Eles.

Tão próximos, quando tão distantes.

Que não sabiam se voar, se pular, se manter os pés no chão e a cabeça no lugar.

Um cabeça-dura, outro persistente. Ambos teimosos, orgulhosos e estranhos, cada um à sua maneira. Não sabiam dar certo, mas também não sabiam dar errado. Tudo o que queriam era alguma certeza.

E, afinal, havia uma. Só uma, mas uma. Que achavam ter descoberto a determinado tempo, mas que no fundo sempre haviam conhecido. Sempre e pra sempre.

Tão distantes, quando tão próximos.

domingo, 17 de agosto de 2008

Nota Olímpica.

...e a Jade caiu de novo.

E, com a maré de sorte dos brasileiros, o Diego Hypolito foi na onda.

Mesmo que em Pequim não tenha mar.

Andei pensando...

Dia desses li por aí algo sobre pensar demais.

Ando sem saber se é melhor agir sem pensar, pensar pouco ou pensar muito. Quando a gente faz as coisas sem pensar, faz o que quer, eu acho. Mas não o que é melhor. Se a gente pensa pouco, não chega a conclusão nenhuma. Se pensa demais, não faz nada.

Brilhante pra minha dor de cabeça da madrugada de um dos dias mais confusos dos últimos meses.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Nostalgia bizarra.

Esses dias, indo buscar minha amiga no metrô, passei em frente ao colégio em que eu estudava no primário. E, obviamente, comecei a lembrar daquela época. Mas o engraçado é que não me deu saudade do colégio, mas do prédio em que eu morava.

Era um prédio de dez andares e pintura descascada, numa ruazinha do Jabaquara, mais ou menos atrás do hospital Santa Marina, depois de uma ladeira gigante que eu odiava subir pra pegar o ônibus. Minha mãe não dirige, e quando eu era pequena, ela me levava pra todos os lugares de ônibus, mesmo. Hoje, minha avó e minha tia estão morando lá, mas eu não vou há um tempão.

Eu não tinha muitos amigos por lá, pra ser sincera. Eram poucas as crianças da minha idade, e meio estranhas também. Mas tínhamos uma vizinha muito legal com quem minha mãe conversa até hoje, e a neta dela era um amor. Sempre que ela ia ver a avó, ligava pra mim e eu ia lá no apartamento dela (que se não me engano era no sexto andar) brincar com ela. Às vezes, a gente ia pro meu apartamento e brincava de Barbie. Ou então, de casinha e essas coisas de menina, lá na casa da Dona Benê, mesmo.

A propósito, eu morava no nono andar. A coisa que eu mais gostava de fazer era me esticar toda nas pontas dos pés pra conseguir ver a piscina lá embaixo. Tudo bem que usar mesmo a tal da piscina, eu só devo ter usado umas duas ou três vezes, nos oito anos que fiquei por lá. Mas era o máximo ver o pessoal esticando as toalhas de praia no chão e as crianças maiores espirrando água pra fora. Todo mundo ficava pequenininho, parecia que eu poderia segurá-los na palma da mão, se eu quisesse.

Quando fiz oito anos, a gente se mudou aqui pro condomínio do Jardim Marajoara. No começo eu fiquei meio deslumbrada... Tinha um parquinho muito maior do que o do outro prédio, quatro quadras, biblioteca, academia, montes de crianças... era uma cidade! Não tinha piscina, mas eu não me importava muito, na verdade.

Fiz vários amigos, e muitas amizades dessas estão comigo até hoje (e eu me orgulho muito delas). Mas aí eu fui crescendo e comecei a perceber que eu gostava pra caramba da simplicidade lá do outro prédio. Lá não tinha nenhum grupinho de meninas metidas, nem gente riquinha e pomposa passeando com seus poodles emperequetados, nem adolescentes rebeldes que achavam que eram adultos e podiam fazer montes de coisas.

Mas a coisa de que eu mais sentia falta (e confesso que sinto, até hoje) era de abrir o portão do prédio. Era um portão leve, vermelho, mais descascado que a pintura do prédio. Tinha aquelas coisas na parte de cima que me lembravam as lanças do Papa-Capim, e cercava o terreno todo. O meu maior prazer quando eu saía a pé era abrir e fechar o portão. O barulhinho que a lingüeta fazia ao fechar me fazia sentir como quando eu ouço o barulho de água sendo despejada. É uma coisa que não dá pra explicar.

Aqui em casa, eu sempre entrei de carro, com o meu pai, ou de perua escolar (sim, eu ia de perua escolar). Depois que comecei a sair sozinha... putz, não é a mesma coisa. O portão é diferente, é menor mas é mais pesado. Só sei que, sempre que eu visito alguém, eu corro pra abrir e fechar o portão do prédio, só pra ver se eu encontro aquela sensação do portão de casa...

Quem disse que eu sou normal, mesmo?

domingo, 10 de agosto de 2008

Papo de fila (ou não).

Fila da C&A no sábado pré-Dia dos Pais.

Aquele povão pagando fatura, trocando roupa, sacando dinheiro (pois é, dá até pra sacar dinheiro do cartão da C&A)... e eu lá naquela fila homérica pra trocar um mísero cachecol da promoção de R$9,90. Ok.

Duas moças simples, de uns vinte e tantos anos, param atrás de mim na fila. Papo vai, papo vem, eu começo a prestar atenção.

- ...aí ele ficava falando pra eu não fazer barulho! E eu respondia: "Mas eu tô quietinha..."
- Ai, menina, mas não tem como também...
- É...
- Pensa só, qualquer tipo de prazer a gente tem que manifestar né? Quando você come uma coisa gostosa, o que você faz?
- "Hmmmm"
- "Hmmmm, exatamente!!"

O.o

Vou repensar meus planos da próxima vez que eu for entrar naquela loja...

domingo, 3 de agosto de 2008

Fim de férias...

Odeio posts pessoais, mas... ah.

Última semana de férias atribulada o.o

Passeios na Paulista, açaí, joguinho de raciocínio, trabalho, broncas, medinho. Aula de alemão, rever pessoas, frio. Batman e o melhor Joker da história do Batman. Por que o Heath Leadger tinha que morrer, mesmo? Show do Muse que mereceria um post à parte só pelo fato de eu ter ficado na grade (não que faça diferença eu só ter conseguido chegar lá faltando 3 músicas para o show terminar) e foi tãããããão legal. Batata do Mc, Bono que o segurança jogou fora, pessoas malucas, cotovelos, braços, suor pingando, nojinho. Duas camisetas que dava pra torcer, pés doendo, cara fumando maconha, lente incomodando, sono, sono, sono, feliz. Trabalho, sono, matéria do Agora, UOL, Link, Link, Link. Amigos, misto-quente, salada de frutas com leite condensado gigaaante, supermercado, queijos, vinhos, Crusp, secador de cabelo, vestido, ônibus, Anhangabaú, Trash 80’s, momentos engraçadíssimos, ex-chefe pagando bebida pra mim, Lua de Cristal, gays casados há 12 anos. Comanda perdida, comanda encontrada, frio, metrô, frio, ônibus, frio, casa, cama, 7 da manhã. 11h30, sem luz, sono, mais meia hora, 16h, quê?? Meu celular, o Laser Shots, ai meu Deus. Banho, Eldorado, festa no Laser, Outback, programa feminino de fofocas, adoro.

Amanhã vou dormir o dia inteiro, porque segunda-feira começa tudo de novo. Mais alguém não faz a mínima questão de voltar pra faculdade??

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Cubo Mágico.

Esses dias, no metrô, tinha um rapaz com um cubo mágico na mão.

Da estação Saúde até a Conceição (que, pra quem não sabe, são só duas estações), o que dá mais ou menos quatro minutos, ele montou e desmontou o cubo todinho. Dois caras, uma outra moça e eu estávamos prestando atenção em tudo e começamos a comentar.

Um dos rapazes disse que ele estava treinando pro “Se Vira nos Trinta”; a moça achou que ele era doido. Eu disse que achava que ele estava decorando os movimentos pra fazer de olhos fechados.

Sei lá, meus posts não têm sentido nenhum mesmo.

Fui =)

domingo, 27 de julho de 2008

Nota II.

Eu continuo querendo saber por que eu não posto nunca por aqui, mesmo tendo mil idéias na cabeça.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Eu queria saber...

...o que algumas pessoas pensam.

...quem inventou a saudade.

...onde eu vou estar daqui a dez anos.

...o que vai ser de mim... amanhã.

...por que eu me alegro com coisas tão pequenas.

...por que algumas pessoas insistem em ser egoístas.

...por que as coisas não podem ser do jeito que a gente quer.

...o que fazer pra agradar a todo mundo. Ao mesmo tempo.

...como multiplicar meu tempo em dez vezes (tempo é dinheiro, hãm).

...como transformar mais 15 dias de férias em 150 (quando eu descobrir a anterior, descubro essa junto).

...por que tanta gente ignora a felicidade dos outros.

...quem disse que viver é fácil.

...o motivo pelo qual eu tenho um blog.

...se é legal ou não ser jornalista.

...como eu faço pra ler todos os 13 –TREZE – livros que ocupam a minha prateleira nas próximas duas semanas.

...quem inventou o pavê de chocolate.

...e onde eu consigo um AGORA.

...a pergunta cuja resposta é 42.

...de onde viemos, para onde vamos, qual é o sentido da vida.


Obs: A pedidos, especialmente da Giuliana, a história da mocinha do post anterior continua. Assim que meu tempo e minha imaginação permitirem. :)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Sem título, por enquanto.

Não chorava desde a morte do pai, havia uns três anos. Tivera momentos felizes, tristes e emocionantes desde então, mas nenhum deles a havia comovido a ponto de molhar o rosto. Parecia que nenhuma emoção seria tão forte quanto a que sentira naquele fatídico três de maio.

Voltava do curso de inglês – era o último semestre, finalmente estaria formada – a pé. Não havia comido nada desde o café da manhã, pois ficara terminando um trabalho com as colegas na hora do almoço. Colegas. Por mais íntimas que fossem, por mais que fizessem passeios juntas, saíssem à noite, passassem os intervalos conversando e fizessem grupos de trabalho, não conseguia chamá-las de amigas. Haviam se passado só dois anos desde que as conhecera, e não tinha certeza se o tempo era suficiente para que a confiança se firmasse.

Naquela tarde, o vento cortante gelava o rosto, ao mesmo tempo em que o sol a pino – e nenhuma nuvem no céu – dava a mais perfeita sensação de liberdade. Caminhava do curso para casa, o estômago doendo de fome, as mãos segurando os livros, apertadas. Andava a passos largos, mas não muito rápidos. Perdida em pensamentos, não ouvia nada, mas reparava em cada pequeno movimento à sua volta.

O bairro era tranqüilo, bonito. Havia algumas casas de aspecto antigo. Uma loja de quinquilharias na esquina, um cachorro latindo contente. Um casal abraçado no ponto de ônibus; a menina de mãos dadas com a mãe para atravessar a rua. Um moço de olhos verdes e cabelo bagunçado fumava, encostado à parede.

Sentou. Sem perceber, havia acelerado o passo, e agora estava cansada. O banco na esquina aparecera no melhor momento. Deixou que os livros pesassem sobre as pernas; a bolsa pendia cansada do braço direito. Com a mão esquerda, tirou a franja que caíra sobre o rosto e... sentiu algo molhado.

Depois de tanto tempo, uma lágrima. Solitária, a princípio. Mas algumas outras a seguiram, correndo livres pelo rosto e secando com o vento frio e o sol quente. Chorava.

Sorriu. Sorriu por estar chorando. O sorriso transformou-se em riso solto, e depois em gargalhada. Ria de si mesma por chorar. Por chorar por motivos aparentemente tão bobos, mas cuja importância só ela entendia. Não se importava mais. Nem com as lágrimas, nem com o sorriso, nem com a bolsa pesada, os livros que escorregavam dos joelhos, o sol que queimava o couro cabeludo, o frio que cortava a pele do rosto e das mãos.

Levantou. Caminhou para casa, pensando no que teria sobrado do almoço. Era um lindo, lindo dia.

domingo, 6 de julho de 2008

Nota.

Esses dias, aproveitando o clima de férias, tentei relembrar os velhos tempos e fiquei online no MSN, pra ver como andavam as coisas. Fui ficando, fui ficando, aí comecei a falar com as pessoas, as janelinhas começaram a piscar e quando acabava uma conversa, entrava outra pessoa com quem eu não falava há um tempão.

O tempo passou (e eu sofri calado, não deu pra tirar ela do pensamento) e quando fui olhar no relógio já fazia sete horas que eu estava sentada nessa cadeira digitando palavrinhas, fuçando Orkuts, falando com pessoas e rindo muito de alguns blogs miguxos ou do passado. Meus olhos ardiam, minhas costas doíam, minhas mãos estavam frias.

Perdi a prática.
(Só uma nota, mesmo).

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Pipoca e guaraná (ou não).

(Adoro quando ninguém concorda com o post anterior).

E aproveitando o embalo de posts sobre comida...

Eu como pizza enquanto tomo suco de laranja. Passo batata frita no Sundae em vez de passar no ketchup. Como paçoca com Nutella e banana amassada com Nescau.

Não tem essa de o que combina com o quê. Nada de pipoca e guaraná, pizza e Coca-Cola, salada com suco natural. Da mesma forma que camiseta roxa, anel roxo, pulseira roxa e brinco roxo, tudo combinandinho, é brega, comer tudo combinadinho também é brega.

Não gosto de tomar refrigerante mesmo, mas não consigo levar muito a fundo a paranóia de ser saudável. Logo, faço que nem a menininha da família de sábado e como sanduíche – ou massa, ou pizza, ou pastel – tomando suco.

Também como um prato de salada pra dizer que sou saudável, e compenso com uma enorme gigante monstruosa torta de chocolate em seguida. Levo morangos pro trabalho pra "almoçar" mas não resisto aos bolos de chocolate recheados que a gente ganha de vez em sempre.

Coerência ta suuuper fora de moda.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

A menina, o hambúrguer e o suco em latinha.

Foi um sábado comum. Fui ao shopping, comprei duas piranhas pra prender o cabelo que estava me irritando, fomos até à praça de alimentação, eu e meus pais, entramos na fila daquele restaurante, o Giraffa’s. Tudo bem que a comida não é lá essas coisas, mas é “comível” e estávamos com pressa pra arrumar coisas em casa, então... ok.

Pedimos o prato, escolhi bife à parmegiana com purê de batatas, achamos um lugar na praça de alimentação lotada. Enquanto esperávamos que chamassem nosso número, a mesa ao nosso lado ficou livre. E sentou-se uma família, ocupando os quatro banquinhos giratórios de metal.

Não gosto de assuntos delicados, muito menos do meu posicionamento em relação a este em especial; mas posso dizer que era uma família de peso. Pai e mãe, duas filhas. Todos acima do peso. Com lanches do Burger King – nada surpreendente – e... latas de suco Del Valle.

Se não fosse por isso, seria só mais uma família normal – acima do peso, ok, mas normal – almoçando num sábado normal. Mas as latas de suco, com aqueles lanches cheios de gordura, molhos e colesterol, me intrigaram. Comecei a prestar mais atenção neles. (Na família, não nos lanches).

A filha mais velha devia ter uns nove ou dez anos. Era muito bonita, tinha olhos verdíssimos e cabelo loiro comprido. A mais nova ia pelo mesmo caminho, com lindos cachinhos daqueles de menininhas de uns dois anos de idade. Enquanto a pequena se divertia com o brinquedo que vinha no lanche para crianças, a mais velha conversava com a mãe:

- Mãe... hambúrguer é carne, né?
- É.
- Então hambúrguer é saudável?

Ao que o pai se intrometeu:

- Não, filha, hambúrguer não tem nada de saudável.

Observei a expressão desapontada da menina; ela sabia que não estava sendo saudável, e queria ser. Comecei a pensar em como ela seria bonita se fosse magrinha, se cuidasse mais do cabelo loiro, se usasse roupas mais modernas...

Saímos de lá e fui cortar o cabelo. Não gostei do resultado. Depois passei em uma loja pra comprar uma calça jeans; como de costume, não encontrei nenhuma que me servisse. À noite, tinha uma festa de aniversário e não pude deixar de comer aquela pizza doce tão apetitosa.

E ainda quero ter moral pra falar da menininha?

domingo, 29 de junho de 2008

A gente somos inútil.

Tentei fugir dos meios de transporte. Mas foi meio inevitável.

Quinta-feira, eu voltava do trabalho (mais cedo, graças a Deus, pra terminar o último trabalho do bimestre) sentada no ônibus quase cheio ao lado de uma senhora. No banco lá do fundo, do lado esquerdo. A senhora estava mais perto da janela. Até aí tudo bem.

Acontece que a tal da senhora tinha um saquinho de doces no colo. Uma sacolinha amarela, pequena, com vários pirulitos dentro. Só que não eram pirulitos normais, eram pirulitos em formato de... fantasmas. E cor de laranja. E tinham cheiro de laranja, também. Ok, eu já estava achando que a mulher era meio bruxa.

Aí ela abriu um pirulito, pegou o plastiquinho preto que o envolvia e jogou pela janela. Deve ter ido entupir algum bueiro por aí. Eu olhei feio pra ela (a chata). Aí ela chupou o pirulito e jogou o palito também pela janela. Eu olhei feio pra ela, mais uma vez (sim, a chata). E nós estávamos sentadas a dois passos do lixo!!!

Tudo bem. Eu já tinha olhado feio umas duas vezes. Aí a tal da mulher olha pra mim, com o maior sorriso amarelo (ela tinha os dentes separadinhos... deveria ter me lembrado o curinga do Batman, mas pra ser sincera me lembrou a bruxa da Branca de Neve... entendam porquê) e diz, inocentemente:

- Quer um pirulito?
- Ahn? (tiro o fone de ouvido)
- Um docinho... quer?
- Ah, não, obrigada. (sorriso amarelo)
- Mas tem um monte, olha!
- Não mesmo, obrigada.

Como se não bastasse, ela tirou outro pirulito da sacolinha e repetiu o ritual do primeiro: plastiquinho pela janela e então...

- (Cutuca o braço da senhora) Senhora, tem um lixo ali ó.
- (Sorriso amarelo) Ah, agora já foi...
- Tudo bem, vai ter o próximo.

Na hora, senti que havia feito minha boa ação do dia. Mas agora, postando isso aqui, estou me sentindo imensamente idiota. Alguém me diz o motivo?

terça-feira, 24 de junho de 2008

Treze minutos

Cá estou eu, frente a meu trabalho de Ciência Política – para amanhã – pela metade. São 18:29, o que quer dizer que eu tenho aproximadamente quatro horas para terminá-lo, se eu quiser ir para a cama num horário decente. Mas, como algo me diz que isso não vai acontecer, de todo jeito, como não tem acontecido ultimamente, não estou tão desesperada quanto eu normalmente estaria.

Só sei que já faz duas semanas que eu não escrevo nada por aqui, e eu sinto como se estivesse sendo meio negligente. Não com o blog – ah, metáforas – mas com a vida em si. Comigo mesma, com a faculdade, com as pessoas que me cercam... especialmente as pessoas. Pessoas de que gosto e de que não quero me afastar, por mais que isso signifique amadurecimento.

As pessoas não mudam por querer. Não costumam ficar pensando que vão agir diferente hoje, que vão fazer isso assim ou assado pra conseguir chegar a algum lugar. Pelo menos não eu. Mesmo porque eu não tenho pensado em chegar a lugar nenhum at all.

Sinto falta de um tempo em que eu não tinha com que me preocupar – e dessa vez eu não estou falando daquela gloriosa época colegial em que não havia questões de Ciência Política a serem redigidas em quatro horas. Sinto falta de pessoas, de momentos, de oportunidades que perdi. Sinto falta das horas à toa sentada no chão, das conversas bobas, de chupar pirulito com chiclete no intervalo, de passar bilhetinho na aula, de encostar na parede e dormir na hora errada. Sinto falta de momentos que deixei passar por vergonha, por medo ou por insegurança.

Esses dias, um amigo me disse que eu andava desanimada: “Você não era assim quando eu te conheci”. E olha que não faz muito tempo. Acho que eu deveria começar a me preocupar.

(E só pra constar, são 18:42 agora. Acabo de perder treze minutos do meu precioso tempo a ser dedicado à Ciência Política.)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Aqueeele dia.

Não sei se é curioso, mas o Dia dos Namorados nunca me irritou. De verdade.

Ok, concordo que é bem estranho ver aqueles casaizinhos no melhor estilo siamês de ser se agarrando loucamente na rua. Ou então trocando presentinhos na maior melosidade. Dizendo fofices absurdas. É meu amor pra lá, meu bem pra cá, mimimi, nha, nhu, nhi, te amo, te adoro, você é meu bem querer, é segredo é sagrado, está sacramentado no meu coração.

Mas ao mesmo tempo, tem casais bonitinhos. Tão bonitinhos que até dá vontade de ser igual. Tenho várias amigas e amigos que formam casais lindinhos com os respectivos pares, e me orgulho muito deles. Não importa a idade, o que faz da vida, a classe social. Ah, e não precisa ser meloso pra ser bonito, não precisa ficar se agarrando publicamente pra demonstrar amor. Os casais contidos são os mais dignos. E bonitos de se ver.

Tudo bem também que é a maior enrolação essa história de ter Dia dos Namorados e não ter Dia dos Solteiros. Aí a gente diz que todo dia é dia dos solteiros. Mas lá no fundo, a gente sabe que não é a mesma coisa. Já passei muito Dia dos Namorados sozinha, muito. Já passei acompanhada também, e confesso que ah, é bonitinho. Mas é como qualquer outro dia do ano. Tipo Natal. Dia de ganhar e dar presente. E de comer coisas gostosas.

Além disso, pra presentear as pessoas de quem a gente gosta, não tem que ter hora nem lugar. Viu uma coisa que ele vai gostar? Leva pra ele. Passou na loja que tem o chocolate que ela a-do-ra, compra uma barra. É legal existir a data. Pras empresas por aí, então... vixe. As vendas aumentam absurdos. Mas não é estritamente necessário.

E mesmo assim, o tão comentado dia não me irrita. Coitado, não tem culpa de ter sido criado, quem inventou (quem inventou???) não queria deixá-lo marcado como uma coisa negativa pros solteiros de plantão. Ele está lá, deixa ele lá, não me irrita. Não gosto quando as pessoas menosprezam, sabe. É bonito, até.

Sem mais, fico por aqui. Feliz Dia dos Namorados pra quem namora! E pra quem não namora também, poxa. A gente tem que ter um dia feliz aaaanyway.

(E falando em felicidades, felicidades pra Cláu, querida, que, curiosamente, nasceu naquele belo e formoso dia 12 de junho de 1988, pra alegrar a vida de um casalzinho lá).

segunda-feira, 9 de junho de 2008

The Fratellis e o blog de novas tecnologias

Ok... o post foi escrito pro blog de Novas Tecnologias, o Seguindo a Canção, e tá lá, inclusive. E nem tá muito bom. Mas ah... é Fratellis, eu precisava postar aqui. Então lá vai:


Mais maduros, The Fratellis apostam no sucesso do álbum anterior e lançam Here we Stand


Se você é daqueles que só ouvem rádio o dia todo, é pouco provável que conheça The Fratellis. O trio escocês de rock alternativo começou a carreira em Glasgow em 2005, e já fez fama internacional, sem tocar em praticamente nenhuma rádio brasileira. A banda faz parte do grupo de músicos que tem feito sucesso através da internet, em sites como o MySpace e o Last.fm.

Em 2007, Jon, Barry e Mince ganharam milhares de fãs e venderam mais de um milhão de CDs com Costello Music, de estilo único, batidas marcantes e letras inteligentes. Agora, é a vez de Here we Stand. O novo disco deve chegar às lojas no próximo dia 10, mas os mais apressados já podem ouvir as canções no MySpace, ou fazer o download através da internet.

Mais madura, a banda aposta em hits mais sérios e menos “brincalhões”; mas não perde a identidade. Basta ouvir um verso do primeiro single, Mistress Mabel, para reconhecer a inconfundível voz de Jon Fratelli. E, mesmo com um ano a mais de estrada, músicas como My Friend John e Tell me a Lie lembram a animação do primeiro disco.

Desafio lançado, os músicos procuram bater a vendagem do primeiro álbum e conquistar mais fãs fora da Europa, onde fizeram nome. Em release no site da banda, Jon diz que a música, algumas vezes, define o artista. “Eu gostaria que a música que nós fazemos nos definisse”, completa. Pode acreditar, Jon, ela define.

Assista aqui ao primeiro single, Mistress Mabel:


Gostou? Ouça mais:

http://www.thefratellis.com/
www.myspace.com/littlebabyfratelli

domingo, 1 de junho de 2008

Meme das 3 coisas (por que isso tem esse nome???)

Well, vamos lá. Tá na hora de postar alguma coisa por aqui, então vamos ao meme das 3 coisas, que eu não sei porque tem esse nome, mas que eu recebi da , que aniversariou ontem e parabéns, Cá!

Deve-se responder 15 questões, sendo 3 alegrias, 3 medos, 3 objetivos, 3 obsessões atuais/coleções, 3 fatos surpreendentes… Depois, indicar para 5 pessoas.

Então vamos lá:

As 3 alegrias:

- Meus amigos, porque eu não vivo sem eles;
- Música, porque esses dias a Re me perguntou como seria a vida sem música e eu respondi que, bom, não existiria vida;
- Livros. Ahhhh livros.

Os 3 medos:

- Afogamento (nada a ver com o fato de eu sempre sonhar som isso, não);
- Perder as pessoas que eu amo (gay);
- Mostrar o que eu sinto, é, pois é.

Os 3 objetivos:

- Descobrir o que eu gosto de fazer – torcendo pra que seja algo que dê dinheiro;
- Casar e ter filhos, fato, sou bobinha meeeesmo;
- Aprender finalmente a tocar piano.

As 3 obsessões atuais:

- Weezer (Meu Deus, eu nunca pensei que fosse TÃO viciante);
- Minha cama, porque quando eu tenho tempo livre é pra lá que eu vou;
- Grey’s Anatomy (ooooi, eu tô vendo uma série na TV!).

Os 3 fatos surpreendentes:

- Eu aprendi a ler com 3 anos (e tudo bem, é o único motivo pelo qual eu realmente fico me achando);
- Digo que duvido e desconfio das pessoas... mas acabo acreditando nelas muito mais do que eu devia;
- Me iludo (desculpem pela colocação pronominal errada, mas “Iludo-me” ia ser o ó) muito fácil com as coisas e tenho impulsos pra fazer coisas x. Ainda bem que eu não sigo todos eles.

Os cinco indicados:

Ah... sinceramente? Sei que se eu indicar pessoas, nem todas vão querer fazer e blábláblá... Então, sugiro pra quem quiser (especialmente pra quem não postar há muito tempo e não tiver idéia do que escrever, assim como eu) ;)

terça-feira, 13 de maio de 2008

Michele.

Michele conheceu um rapaz no metrô.

Ela não era especialmente bonita, nem especialmente interessante. Pelo menos cuidava do corpo, do cabelo. Tinha colocado aparelho nos dentes havia pouco tempo, depois de tantos anos juntando dinheiro.

Estava frio, Michele usava botas de cano alto, calça jeans, uma blusa de malha e uma jaqueta preta por cima. Bem vestida, eu diria. E Michele tinha um bom emprego. Trabalhara como técnica de informática. Agora era secretária numa multinacional. Quando era técnica, havia pensado em prestar vestibular para ciência da computação. Ainda bem que desistiu.

Ele era alto. Tão alto que quase não esticava o braço para se segurar na barra mais alta do metrô. Tinha gel nos cabelos curtos, bem penteados. Não era magro nem gordo, fazia o tipo "forte". E tinha um sorriso simpático.

Carlos, o nome dele. Ela supunha; ele não dissera nada. Um esbarrão, um pedido de desculpas, um livro nas mãos... Falara só dela mesma, ele era quieto, ficava na dele, só ouvindo. Sorria muito, perguntava. Mas não falava de si próprio. Michele imaginava. Imaginava o nome, a idade, se tinha namorada... olhara para o dedo anelar – das duas mãos –, é claro. Não tinha aliança, mas podia ter namorada. Por que mesmo ela estava pensando naquilo?

O último namoro de Michele terminara havia mais de dois anos. Estava sozinha. Cansada de ser sozinha, mas inegavelmente sozinha. Não era à toa que se interessava por aquele estranho...

“Estação Paraíso. Acesso à linha um, azul”. Michele despertou. Tchau, tchau, beijo no rosto, Michele, prazer... “Michele, prazer”? É, tinha endoidado mesmo. Estação Paraíso. Era onde ela estava. Sua estação era a próxima. Foi em direção à porta, arrumou os cabelos, olhou em volta como que procurando alguém que tivesse notado o encontro. Um rapaz no metrô.

Michele estava cansada. Precisava descansar daquela canseira.

terça-feira, 29 de abril de 2008

As famosas 8 coisas

Só porque a Re (clica, clica, aprendi a postar link haha) pediu/mandou/indicou E eu não tenho nada pra postar E esse blog nunca vai virar nada jornalístico pra que a Brambilla possa avaliá-lo para a disciplina de Novas Tecnologias... vamos postar as oito coisas que eu preciso fazer antes de morrer.

1. Morar em Londres [2] - (Desculpa, Re, esse não dava pra mudar, de jeito nenhum)
2010, aí vou eu. E não quero nem saber se eu vou ter dinheiro, emprego ou lugar pra morar. :)

2. Aprender a tocar piano
Porque eu toco teclado que nem o meu nariz e é MUITO longe do que eu gostaria.

3. Aprender a tocar violino
Ok, é um sonho bobo, mas tem coisa mais linda que uma orquestra com piano e violino??? Gentem.

4. Ler todos os livros que eu quero ler
Tá, eu seeei que não era pra fazer planos impossíveis de se cumprir aqui. Mas sonhar é válido, não é?

5. Escrever um livro
Já comecei taaaantos. Um dia eu acabo algum deles, nem que seja pra criancinhas. :)

6. Entrar numa calça tamanho 34
Ham, porque eu não consigo fugir dos temas impossíveis? (Ham, me xinguem, eu gosto).

7. Operar a vista
Porque eu não agüeeeeento mais "tira óculos, põe óculos, tira lente, põe lente, pinga colírio, vai no oftalmologista". Uns lazerzinhos acabam com isso em dois tempos. Enfim.

8. Casar, ter três filhos, fazer festinhas família e amigos e ah, isso aí
Porque eu ainda sou uma menininha boba que acredita em contos de fadas E espera o príncipe encantado, ok?

sábado, 19 de abril de 2008

Ledo engano.

Ontem eu estava voltando pra casa, no ônibus, espremida e esmagada, como sempre. Eram cinco e pouco e o ônibus estava, obviamente, entupido de pessoas espremidas e esmagadas como eu, esbarrando (quanta palavra que começa com “es”, credo) umas nas outras. E claro, como sempre, eu estava no meu mundinho autista. Com o iPod ligado no último volume ouvindo... ouvindo... ai, acho que era Muse. Ou Fratellis. Que são as duas coisas que eu mais tenho ouvido no momento. Enfim.

Só sei que de repente, quando passávamos sobre o viaduto... qual era mesmo? Luís Eduardo Magalhães, acho. Enfim, quando passávamos por ali, senti uma mão no meu ombro. “Ok, uma mão no meu ombro. Ou é alguém espremido e esmagado como eu tentando me pedir licença, ou é alguém que eu conheço”. (Foi o que deu pra pensar naquela fração de segundo). Virei o rosto lentamente para a esquerda e vi um rapaz careca, meio cheinho, mas com belos olhos verdes, com um sorrisão aberto pra mim. Sorri meio de lado, fiz uma cara de “ahn?” e tirei o fone direito, porque a mão direita era a que estava mais livre.

“Oi”, ouvi. “Oi”. Eu não sabia quem era o sujeito. Nunca tinha visto mais gordo, nem mais magro, nem mais alto, nem mais baixo, enfim. Nunca tinha visto ninguém parecido. “Tudo bem?” – ele continuava com a mão no meu ombro e o sorrisão aberto. “Tud... tudo bem”. Ele ficou lá, me olhando com o sorrisão. Que sorriso enorme, cara. Parecia que ele tinha encontrado uma amigona que ele não via há tempos. E eu não fazia idéia de quem era o amigo. Fiquei meio sem jeito, não sabia se dizia pra ele ou não que eu não era quem ele pensava que eu fosse.

Pus o fone de volta, desfiz meu meio sorriso, voltei a olhar lá pra fora. Ele tirou a mão do meu ombro, não falou mais nada. Acho que ele percebeu. Mas... a pessoa que ele achou que tivesse encontrado devia ser muito importante mesmo.

Queria que alguém abrisse um sorriso daqueles quando me encontrasse. Ah, queria.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Nostalgia das letrinhas miúdas.

Que saudade de ler.

Que saudade dos meus livrinhos de criança, dos meus livrinhos de menina, dos meus livrinhos de adolescente boba. Saudade dos meus livros sérios, dos didáticos, das fórmulas de física, da classificação dos animais em biologia, do new journalism.

Saudade da Becky Bloom, do Harry Potter, da Mia e do Michael, do Marley, do Amir, da Liesel e do Ed Kennedy. Dos modernos, dos clássicos. De Shakespeare, de Talese, de Veríssimo e de Alencar. Saudade daquela sensação boa de virar aquelas folhas, do conforto até na cadeira mais dura.

Saudade daquele cheirinho de livro novo. Do cheiro, das cores, do gosto – que até o gosto dá pra sentir. De passar a mão naquela capa lisinha, no título em relevo. De carregar com orgulho o exemplarzinho querido debaixo do braço, pra lá e pra cá. De ler andando e esbarrando nas pessoas. De ler em pé no ônibus e ficar com as mãos doloridas de marcar a página e segurar ao mesmo tempo. De não prestar atenção em mais nada.

Saudade de não ouvir quando me chamam, saudade de encostar na janela num dia de frio e muito sol, com a luz batendo na página e as letras ofuscando os olhos. Saudade de recusar um passeio, de trocar a televisão ou o computador por aquelas letrinhas miúdas que constroem a história que é quase real. Saudade de viajar, de aprender, de encontrar naquelas frases o que eu gostaria de ter escrito. Saudade de sonhar.

... Faz dois meses que eu não abro um livro novo.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Foco.

Atendendo a pedidos (não), venho tirar as teias que se formam e postar em meio a uma grave crise produtiva. Criativa. Imaginativa. Ah, sei lá.

São tantos temas por aí e tantos assuntos perdidos que – meu Deus, nenhuma fonte me respondeu nenhum e-mail pro trabalho do Heitor, to ferrada! (e o trabalho do Heitor é um blog, já pensou se sem querer ele vem parar aqui e lê o nome dele e descobre que eu sou um fracasso jornalístico? Ah, eu nem quero mais ser jornalista mesmo. Acho que é outro tipo de crise) – nem sei por onde começar.

Eu podia falar do metrô – gente, acabo de lembrar que há 3 dias o meu horóscopo no Metro diz que o sol está em Kiron, Kéron, Kherin, sei lá o nome da coisa... e nooooossa o Arantes já redigiu horóscopo, fiquei besta! Mesmo porque, ahhhh o trabalho de espanhol que eu fiz no colégio que eu era a mocinha do horóscopo! Era um jornal e eu falava o horóscopo e tinha pulseirinhas brilhantes e... gente, preciso ir na lojinha de bijouterias da Brigadeiro comprar um colar prata! E preciso ir na lojinha de doce da Brigadeiro comprar um alfajor! E preciso ir no salão de beleza da Brigadeiro fazer as unhas... E tô ficando com vontade de comer brigadeiro – cheio que eu peguei hoje pra ir pro trabalho.

Eu poderia filosofar sobre o sono que eu tenho tido (e tenho, no momento) – e por que será que eu não consigo mais lembrar meus sonhos? Talvez seja porque eu ando muito cansada, ou dormindo pouco, ou acordando atrasada. E que saudade de quando eu tinha tempo para contar os sonhos no meu caderninho – e do pouco tempo que tenho tido pra dormir.

Eu poderia falar de tanta coisa, tanta coisa... que eu ia acabar não falando de nada.

Né? :}

segunda-feira, 24 de março de 2008

A menina que se lembrou de viver.

Deitada na cama, ela colocara os fones de ouvido com a música que mais gostava. Apagara a luz, fechara a porta. Aquele era o momento dela. Só dela.

Olhos mirando o teto lascado, ela se lembrava de tantos outros momentos. Momentos só dela, como aquele; momentos com os amigos, momentos de diversão e de vida. Vida. Andava tão ocupada que se esquecera de viver. Sobrevivia, sim. E sobrevivia de forma feliz. Ria, brincava, passava por situações memoráveis. Mas se esquecera do gosto dos pequenos instantes, da vida.

Mas, naquela noite, naquele banco de madeira, naquela praça, ela havia se deixado viver. Esquecera as preocupações, os compromissos, a seriedade. Deixara-se ficar com a cabeça livre, os olhos fitos na lua cheia, aproveitando aquele momento de silêncio no aconchego daqueles braços.

Ela se perguntava por que havia demorado tanto tempo para se dar conta do significado daquele momento. Havia sido o momento deles. Não importava que o mantivesse em segredo, que o descrevesse em uma carta, que o publicasse nos jornais. Continuaria sendo o momento deles, não faria diferença. Único, mas compartilhado. E não importava quem conhecesse a história, pois conhecer o significado era um benefício dela, e só dela, assim como o momento. “Nosso momento”, ela pensava. E não seria de ninguém mais, nunca.

Pois só eles sabiam o que era, o que fora, o que poderia ter sido. Tinham na memória a sensação. Podiam ouvir os sons, sentir o cheiro, fosse um dia ou fossem anos depois. Mesmo que fosse em sonho, aqueles segundos já haviam sido eternos. E sentir, ela sentia. Sentia que estava viva. Era novo, desconhecido, como se tivesse desaprendido e tivesse que começar do começo, tudo de novo. Mas ela já dera o primeiro passo.

Naquela noite, ela se deixara viver.

domingo, 16 de março de 2008

Tempo nada fazer não para tenho.

Esses dias me disseram que eu estou estranha.
Esses dias me disseram que eu estou “surtada”.
Esses dias me disseram que eu estou intragável.
Esses dias me disseram que eu estou estressada.

Eu só acho que eu estou sem tempo pra nada. E com coisas demais em que pensar.





(Mas juro que eu vou achar alguma coisa pra postar por aqui).

domingo, 2 de março de 2008

Da vontade de viver tudo aquilo.

Teatro é mágico. (E não foi um trocadilho, porque eu nem gosto muito do Teatro Mágico, apesar dos esforços contínuos de muita gente pra me fazer gostar).

Mas é mágico. Mágico pelo que é, pelo que não é e pelo que representa. Por todas aquelas pessoas juntas fazendo aquilo porque gostam, só pelo prazer de estar ali, porque acham importante ser parte daquele conjunto, daquela obra, daquela arte. Arte, conjunto. Todos juntos. Pela arte.

Quando a gente assiste, nem sonha com o trabalho que deve ter dado, com o tempo que eles devem ter gasto pra que tudo ficasse perfeito nos mínimos detalhes. Parece que é tudo calculadinho pra dar certo. E se alguém desliza, ninguém nem percebe. Porque ninguém está ali pra perceber, pra reparar. A gente só quer curtir o momento, quer que não acabe nunca.

De uma forma ou de outra, aquele tempo é único, para cada um. Para nós mesmos. Para parar. Para pensar. Para viver as coisas que não vivemos de verdade, mas só ali, diante do palco, na vida que eles dão a pessoas que não exist... ah, existem sim. Naquele momento, durante os instantes em que eles vivem aquilo, os personagens existem. Não vemos os atores, vemos? Vemos os personagens, e por alguns instantes acreditamos que eles são reais, nos envolvemos com a trama e cremos – não por inocência, mas por conveniência – que aquilo tudo pode existir. E então, eles existem! E vão existir para sempre, depois de encenados uma única vez. Vão existir na memória, vão existir na lembrança, no coração e no amor de quem viveu. De quem sentiu na pele, de quem sentiu nos olhos e na imaginação.

Depois que acaba, fica aquela sensação boa, aquela vontade de voltar, aquelas imagens voltando a todo momento. Comentários com os amigos, as músicas, a roupa daquela moça, o cabelo daquele outro, e ele não era a cara daquele ator de Hollywood? Acaba, sim. Mas a gente pode fazer durar o tempo que quiser. As lembranças são nossas, já nos apropriamos de tudo aquilo – e o melhor, sem tirar de ninguém. Tudo que é bom costuma ficar melhor quando é compartilhado. Tudo que é bom, bonito, mágico.

Mágico.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Num piscar de olhos (ou em uma semana, tanto faz).

“Fala da nossa amizade”.

Muito bem, e eis a história dela! Vai ficar curto, mas é verídico. Eram duas meninas separadas por 636 quilômetros. Uma lá do sul, outra do sudeste. Uma nem sabia da existência da outra, mas tinham muito em comum. Livros, gostos, felicidade, os olhos fechados ao sorrir. E as duas sem saber. E foi assim por anos e anos. Até que um dia, um amigo em comum, uma história, algumas visitinhas em blogs da vida. Histórias contadas, fofocas, conselhos dados de ambos os lados. E nasceu uma amizade.

Quem é que se importa se são dez anos ou dez dias? Tem gente que conta pra amiga de dez dias coisas que não conta pra nenhuma com a qual tenha convivido todos os dias nos últimos dez anos. E isso não tem explicação. Só quem sente sabe como é, por que é e quando é.

E é o tipo de coisa de que é digno se orgulhar. Amigos do tipo que se faz em uma semana, e que se leva para uma vida inteira. E bem que podia ser assim com todos eles.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Esses dias eu tomei a chuva mais gostosa da minha vida.

Eu estava sozinha, e não podia ter sido melhor. Sentir a água escorrendo pelo corpo, o cabelo molhado colando no rosto, os pés quase descalços se afogando em poças no chão, os respingos nos braços. E não tem nada melhor que parar sob as grossas gotas caindo, pensando. Pensando na vida, no mundo, em tudo que acontece com você, com os outros. Passada a chuva, minha primeira atitude foi dizer para um amigo: "Estou encharcada. Encharcada e feliz".

Queria que todos os dias, alguém pudesse chegar em casa sentindo a mesma coisa. Sentindo o cabelo molhado, o peso da mochila nas costas, o cansaço do fim do dia, mas a felicidade da água da chuva batendo no rosto. Queria que todo mundo tivesse a certeza de alguém esperando em casa. Queria mais tempo. Queria menos decepções. Queria ser capaz de fazer sempre o bem às pessoas de quem eu gosto. Queria que ninguém no mundo sofresse por nada. Queria que todo mundo pudesse comer pão de coco com o maior prazer no café da manhã. Queria que a gente não perdesse tempo brigando por bobagens. Queria mais liberdade, menos libertinagem. Queria ir atrás do que eu quero. Queria que todos fossem. Queria ter coragem de dizer o que eu penso. Queria que as pessoas não fossem embora, queria que algumas viessem pra perto. Queria conhecer todos os lugares que tenho vontade. Queria ouvir os pássaros cantando de manhã, em vez das buzinas e do trânsito. Queria ver as estrelas no céu à noite. Queria que todos os dias, alguém pudesse cair, se levantar, olhar para trás e dizer "Valeu a pena".

Pensando bem, eu não queria tudo isso. Eu quero.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

E começa tudo de novo!

[Inspirado por uma inspiradora Desiluminância!]

Cinco e meia da madrugada. Despertador. Sono, preguiça. "Hoje tem aula, meu Deus". Levanta, vai. Tudo bem, você consegue. Água, torneira, nossa, tá frio. Leite com Nescau, pão de coco, rocambole de goiaba, remédio da gripe, "Meu Deus, não aguento mais comer". Escova os dentes, roupa - tá frio ou tá calor? - andar até a janela, tá calor. Volta pro quarto, ai meu cabelo, não posso aparecer assim no primeiro dia de aula! Estica, puxa, penteia pra um lado, penteia pro outro, ah, que se dane. Quarto - meu Deus, que bagunça! - arruma a mesa, cadê a mochila? Material... ai meu Deus, nem estojo eu tenho. Bloco de fichário, caneta, celular... ai, tá carregando. Chave de casa, garrafa de água. Porta, fechadura, elevador.

Pressa, passos, apressados passos. Nossa, vou ver gente. Carros, ônibus, oba, o ônibus veio logo! Argh, como o ônibus tá cheio! Senta, empurra, pisa, dá licença, ai meu pé! Trânsito, calor, e esse tempo que não passa! Oba, vou descer. Um rapaz lendo uma revista, concentrado, deve estar interessante, vou espiar... quê?!?! Eita, sete e meia da manhã não é meio cedo pra isso não?

Ar! Passos, avenida, eu tinha esquecido como isso aqui era cheio de manhã. Olha pra essa menina caminhando apressada, uma mochila enorme, certeza que é bixete. Gente, quanta gente nessa faculdade! Tudo bem, tô pronta, é só mais um ano. Ooooi, abraços, quanto tempo, que saudade... ah, você eu vi na semana passada! Quem são esses? DP? Transferência? Ah, eu não tenho medo dela. "Isso é porque você nunca esteve no mesmo recinto que ela". Ué, por que a gente não tá tendo aula? Vai ver ela achou que ia ter trote. Meu, olha esses bixos, todos na sala. Ah, mais uma... vergonha de entrar na aula de português? Só porque são 8h15? Bixos, bixos...

Ah, ela chegou! Aula, aula. Apresentem-se, ok. Olha a matéria dela naquela revista! O texto, as fotos. Olha a matéria dele naquele jornal... que jornal? Ah não, dá licença. Ótimo, todo mundo já trabalhou em mil lugares e publicou matérias, quem disse que eu queria? Depressãozinha. Pelo menos não sou só eu.

Sinal, quanto tempo eu não ouvia isso. Vamos sair, ok. Corredor, mais abraços, mais olás, mais saudades. Comida, não, não aguento comer, vamos acompanhar. Terceiro andar, gente, como isso bomba! Mais abraços, mais "nossa, te vi semana passada" e "nossa, vou te ver todo dia", fugir pra rampa? Não. Tá booom, eu fico fazendo companhia, ai meu Deus, to atrasada pra segunda aula, vamos subir! Hmmm anota, rabisca, vamos rascunhar o post do blog na segunda aula... mas eu não disse que ia prestar atenção? Ok, parei. Mensagem no celular? Outra? Meu Deus, tenho que prestar atenção! Ufa, acabou mais cedo, cantinho do mal, fofocas. Hora do almoço, Black Dog, batata, que lanche enorme! Ai, essa abelha chata.

Metrô, metrô, trabalho, computador, chocolate. E-mails, e-mails, e-mails, fofocas de trabalho, uhul, vou embora... ah não, reunião faltando dez minutos pra eu sair? Ótimo, metrô, ônibus, gente, gente, gente. Ufa, consegui sair. Banho, cabelo, alface, abacate. Computador, Orkut, msn, blog, flog, post, blog.

Gente, tô morta. E olha que foi só o primeiro dia.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Volteando no labirinto dos anseios.

Tem gente que não sabe o que quer da vida.

Não sabe se vai com o vestido roxo ou com a saia azul. Se sai de balada ou faz um doce. Se corta o cabelo ou se compra uma bicicleta. Sei lá, é tão subjetivo. Mas muitas vezes a gente age sem pensar e se arrepende. Ao mesmo tempo, tem vezes em que agir por impulso faria toda a diferença. Não sempre, claro. Mas uma vez ou outra, só pra vida não parecer tão sem graça.

Imagine só você se deparando com aquela situação maluca, que você não imaginou acontecer nem nos seus sonhos mais fantásticos (ok, talvez nos mais fantásticos sim, a gente nunca sabe o que pode aparecer na mente). E aí você precisa tomar uma decisão. Nem precisa ser uma decisão imediata, urgente. Mas você sabe que mais cedo ou mais tarde, vai ter que resolver o que fazer. E aí vem a balança, em que você pesa os prós e os contras. E - rá! - a balança se equilibra e você não sabe o que fazer. Aí começa a colocar pesinhos a mais em cada um dos lados, pra ver se faz alguma diferença. Claro que não chega a nenhuma conclusão.

Depois vem a consciência. A consciência plena, com seus dois lados. Não, mais que dois. O subconsciente, que manda um sinal pra você agir - hãm - por impulso. O amigo vermelhinho das histórias dos gibis, com seu rabinho e seus chifrinhos, que diz que é pra você exagerar no impulso e extrapolar, tomar a decisão... [eu ia escrever errada, mas não é bem o que eu quero dizer] a decisão mais arriscada. E o amigo azulzinho da auréola, que manda você ficar na sua e tentar apaziguar a situação, porque você é uma pessoa inocentezinha e pura. E ah, claro, você, que não sabe o que quer da vida, fica sem saber a quem obedecer, por qual dos caminhos seguir, e acaba se perdendo no labirinto das suas vontades.

Acho que não saber o que você quer da vida é uma das piores coisas que pode existir. E eu não culpo ninguém; faço parte desse grupo tão grande e tão perdido. Mas ainda acredito que no final, a gente encontre a saída. Mesmo que demore um pouco, mesmo que precisemos dar voltas e voltas pelo labirinto, conhecer todos os cantinhos. Sempre vale o aprendizado ;)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Repentino e paradoxal.

Os melhores textos são aqueles que a gente risca e rabisca trocentas vezes, até ficarem bons.

E pra isso, nada melhor que uma bela folha em branco, naquele caderno velho que você não usa mais. E aquela sua caneta favorita. A mais macia, que te deixa mais à vontade e que faz com que as idéias fluam mais. E nem adianta pensar que é só ter vontade de escrever que a coisa sai. Às vezes você senta, deita, muda de posição, põe o caderno prum lado, pro outro, troca a caneta, risca, rabisca e não adianta nada.

Mas quando a inspiração surge, não tem como fugir. E é bom arranjar um papel logo, nem que seja provisório, para que as idéias não fiquem fervilhando na cabeça, sem ter para onde escapar.

Concordo que há fases. Fases em que a inspiração não chega, em que parece que nada acontece, que a vida é sem graça, tempos em que temos de cavar muito fundo pra achar algo sobre o que falar. E ao mesmo tempo, tem dias em que do nada brota uma idéia, ou em que você ouve uma conversa, presencia uma situação... algumas conversas com as pessoas certas nas horas certas também podem fazer surgir as inspirações mais surpreendentes. Agora, por exemplo.

Muitas vezes, as idéias se dispersam tanto, se transformam em tantos temas diferentes, que é impossível transpô-las em palavras. Enfim. Estava precisando de umas inspirações repentinas como essa.

Os melhores textos são aqueles que a gente risca e rabisca trocentas vezes, até ficarem bons. Bem ao contrário desse aqui, da cabeça direto pro blogspot.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Conversa de ônibus – o retorno.

Hoje eu voltava do trabalho, cansada, com calor, esmagada num ônibus entulhado de gente até o teto. Nada anormal. Dali a pouco, pararam duas moças atrás de mim, conversando. Estávamos passando em frente ao Monumento às Bandeiras (tema, aliás, da minha descrição impressionista de português no último bimestre do ano passado. Tirei 9,5, oi.)

- Olha você ali, Cleide.
- Quem?
- Ali, empurrando o barco.
- Ahhh. - *risada boba* - Que estátua é essa aí?
- É o grito da independência, olha os cavalos.
- Ah, tá brincando comigo.
- Tô falando sério, eu sei das coisas.
- Mentira, você tá rindo.
- É verdade menina, é a proclamação da República!

(Nesse momento me contorci de dor e parei de escutar a conversa).
E só pra constar, o ônibus hoje tava bizarro. Em breve, maiores informações.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

19 metas para cumprir aos 19 anos

1. Tocar teclado direito pra poder aprender a tocar piano.
2. Me dedicar aos estudos e parar de dormir nas aulas que eu não gosto.
3. Emagrecer os sei lá quantos quilos que eu ainda acho que preciso.
4. Arranjar um estágio na área de jornalismo mesmo.
5. Me importar menos com a opinião dos outros.
6. Ver mais filmes.
7. Entrar menos no MSN.
8. Escrever mais / postar mais no blog.
9. Ir ao JUCA.
10. Guardar algum dinheirinho.
11. Usar mais metáforas; tentar entender as metáforas dos outros.
12. Ler mais livros.
13. Fazer novos amigos e manter os velhos.
14. Sobreviver à rotina “Faculdade – trabalho – alemão – Trabalhos da Cásper”
15. Ser menos grossa/fria/insensível – ou pelo menos aparentar ser menos tudo isso.
16. Ir a mais festas; só as baladas boas de faculdades legais.
17. Escrever pro Esquinas ou pra Imprensa, antes que seja tarde demais.
18. Cuidar mais de mim mesma. Em todos os sentidos. E dos outros também.
19. Ser mais feliz, se é que é possível.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Dreams, sweet dreams (ou nem tão sweet assim).

(Tirando as teias de aranha).

Quando eu era mais nova, eu tinha um sonho insistente. Sempre me afogava. Podia ser em mar, lago, piscina, enchente, não importava. Eu sempre fugia para a superfície e a água subia cada vez mais. Eu lutava pra me libertar e quase sempre acordava sem ar.

Tive esse sonho por uns dois anos seguidos, várias vezes. Eu devia ter uns 15 ou 16 anos, e até hoje não entendi o motivo. Não que importe muito, na verdade. Mas eu adoraria entender como funciona o nosso subconsciente.

Esses dias sonhei com um acidente horrível. Tinha gente morta pra tudo que era lado, sangue, uma mocinha do meu trabalho chorando a morte do tio q teve traumatismo craniano quando foi salvar o filho que escorregava para debaixo de um ônibus. Seria cômico se não fosse trágico. E o sonho ainda era em flashback! E olha que esse foi um dos dias que eu fui dormir mais feliz na semana.

De qualquer forma, sonhos me fascinam de monte. Eu podia usar cada um deles pra postar sobre algo diferente por aqui. Claro que tem os bonitinhos, os meigos, os estranhos, aqueles que acontecem de verdade depois (o_o), os mais malucos e os mais bizarros.

E acho que é por isso que eu sonho dormindo, acordada, sozinha, acompanhada... vira e mexe me pego conjeturando aquela situação impossível, ou algum dia num futuro distante e... ei, acorda!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Retrospectiva (?) 2007 - um pouco atrasada.

Tá, tudo bem.

Para, senta e se concentra. Hoje esse post sai. Faz dias, DIAS, que eu to tentando escrever isso. Mas parece que alguma coisa anda me bloqueando. Escrevo, apago, reescrevo, salvo, deleto.

Não sei o que há de tão difícil em falar do ano que passou, ou do que está por vir. Talvez seja justamente porque não valha muito a pena falar do que passou. Foram conversas, baladas, passeios, amigos, olhares, piadas, discussões, abraços, beijos, apertos de mão. Brigas, reconciliações, andanças, viagens, descobertas, desapontamentos, alegrias...

Um monte de coisa que não serviu pra nada, por um lado. Por outro, talvez eu tenha aprendido alguma coisa. Talvez não. Pelo menos entendi um pouco como eu mesma funciono, e espero que em 2008 isso me faça entender como os outros funcionam.

Ah, e porque não pode deixar de ser citado, 2007 teve algo de bom sim. O último bimestre valeu a pena por tudo que o resto do ano não valeu. Principalmente pelas pessoas ao meu redor. Pelas que eu conheci, pelas coisas que eu descobri de algumas que já conhecia, pelas que eu conhecia-mas-não-sabia-que-conhecia, pelas que eu conheci melhor. Pelas conversas – looooongas, profundas, às vezes abstratas, às vezes sérias, às vezes divertidas – fossem elas ao vivo, por telefone, por MSN. Pelas companhias, pelos passeios, pelos encontrozinhos em parques, bares, metrôs, pelas passadas na porta de casa só pra dizer oi.

O post ficou egocêntrico, ficou pessoal e tudo o que eu não queria. Mas ainda é melhor que deixar passar em branco. E vai ser clichê, mas tem que ter: obrigada a todo mundo que esteve comigo ano passado, em todos os momentos. E que 2008 seja maravilhoso pra todos nós... E olha que já começou bem!