terça-feira, 24 de junho de 2008

Treze minutos

Cá estou eu, frente a meu trabalho de Ciência Política – para amanhã – pela metade. São 18:29, o que quer dizer que eu tenho aproximadamente quatro horas para terminá-lo, se eu quiser ir para a cama num horário decente. Mas, como algo me diz que isso não vai acontecer, de todo jeito, como não tem acontecido ultimamente, não estou tão desesperada quanto eu normalmente estaria.

Só sei que já faz duas semanas que eu não escrevo nada por aqui, e eu sinto como se estivesse sendo meio negligente. Não com o blog – ah, metáforas – mas com a vida em si. Comigo mesma, com a faculdade, com as pessoas que me cercam... especialmente as pessoas. Pessoas de que gosto e de que não quero me afastar, por mais que isso signifique amadurecimento.

As pessoas não mudam por querer. Não costumam ficar pensando que vão agir diferente hoje, que vão fazer isso assim ou assado pra conseguir chegar a algum lugar. Pelo menos não eu. Mesmo porque eu não tenho pensado em chegar a lugar nenhum at all.

Sinto falta de um tempo em que eu não tinha com que me preocupar – e dessa vez eu não estou falando daquela gloriosa época colegial em que não havia questões de Ciência Política a serem redigidas em quatro horas. Sinto falta de pessoas, de momentos, de oportunidades que perdi. Sinto falta das horas à toa sentada no chão, das conversas bobas, de chupar pirulito com chiclete no intervalo, de passar bilhetinho na aula, de encostar na parede e dormir na hora errada. Sinto falta de momentos que deixei passar por vergonha, por medo ou por insegurança.

Esses dias, um amigo me disse que eu andava desanimada: “Você não era assim quando eu te conheci”. E olha que não faz muito tempo. Acho que eu deveria começar a me preocupar.

(E só pra constar, são 18:42 agora. Acabo de perder treze minutos do meu precioso tempo a ser dedicado à Ciência Política.)

9 comentários:

Camilla disse...

Fato.
Você não era assim quando eu te conheci e olha que não faz tanto tempo assim.

E livro aberto?
Jesus, não falei nem metade do que acontece comigo...

Beijoo

Rodrigo disse...

Bonie!
fica feliz!
:D
(ok, não foi um comentário muito útil e nem construtivo, mas agora, pelo menos você sabe que estou fazendo de tudo para você ser tão feliz quanto antes! É só um momento de transição difícil que estamos passando e por isso você está desanimada. Não significa que você mudou...) =]

tô aqui!!! ok?!

bjaoo!

Felipe Held disse...

Momentos 'sei lá' são normais, menina Bonie, especialmente diante de trabalhos que necessitam de um parto emergencial. Mas não dá um alívio quando você o entrega? :)

Isso sem falar, é claro, quando não acontece um mutirão em torno de um trabalho. À noite é beeem normal a gente fazer isso, e ter 'correspondentes' pela manhã ajuda ainda mais. Haja vista o escambo de tópicos de hoje à noite.

E sim: te adicionei no meu blog. O teu, embora seja atualizado raaaaramente, é bom, pô! Nada mais justo!

Beeijo,

Anônimo disse...

Nhôôô. :|
Poxa, sei lá, mas pra mim amadurecer é uma série engraçada de fatores que a gente nem percebe; só nota quando alguém conta pra gente. Você obviamente amadureceu desde aquele intervalo na escola até hoje, e não ficou gritandinho isso pelos cantos, ficou? :)

Amadurecer não é se afastar, bem como não é viver mais triste do que antigamente. É simplesmente se adaptar a novas realidades. Te ligo quando acontecer comigo. ;)

E minina, você ainda vai ter, sei lá, uns longos setenta, oitenta anos pra sentir saudades da sua juventude. Aproveita que ela tá acontecendo _agora_ e go go go aproveitá-la, ora essa! Você nem vai lembrar dos seus 14 anos com saudades, prometo, mas sim dos 20.

Pelo menos é isso que acontece com cada-bendito-adulto (hãhã) que eu conheço.

(E naaaaa verdade eu acho que todo o desânimo pode ser justificado por esse maledeto trabalho de Ciência Política, mas não era uma resposta lá muito apropriada. u__U)

:***

Tchelo disse...

Eu faço meu o comentário da Clau e acrescento:

ham, metáforas. E ham, cuidado ao encostar na parede para...dormir?! huahauah

Vc nao ta triste, vc ta moh bem. =)

Anônimo disse...

Esse post é daqueles que, quando bate olho, você não consegue deixar de ler.

E olha, essa de "você não é quem eu conheci" me dá nos nervos. Eu não sinto que mudei tanto assim o_O

Ânimo, garota! =)

Mar e Ana disse...

Vc é tão linda.
Mas realmente, a gente tem q ter equilíbrio na vida e tentar não deixar os momentos inesquecíveis e saborosos passarem batidos, aos mesmo tempo q tbm num dá pra viver só de brisa neh...

:*** eu te amo mesmo assim!

Tchelo disse...

A Mari é meio lésbica, neh? hahahahah

E não, eu nem tinha pensando na imfâmia que seria postar, toda semana as palavras "qualquer bosta".
Vc me deu uma idéia!

Mas não, não vou fazer isso! hahaha
beijo

Bruna disse...

Ah, xu, todo mundo muda. o que acontece é que a gente se torna uma pessoa que passa a ter um papel na sociedade. chato, mas é a vida ;p pelo menos tenho voce ao meu lado