quarta-feira, 9 de março de 2011

Microconto de Carnaval

Eram tantos pierrôs e colombinas,
que o sambista estava cansado
de não encontrar sua passista.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mas e daí...

... se eu tenho medo de mudanças?

domingo, 9 de janeiro de 2011

E o ano começou pra valer.

Semana passada é aquela paradez. Volta do feriado, volta da viagem, volta da bebedeira de fim de ano, volta do marasmo da praia... a preguiça de trabalhar, a preguiça de estudar, a preguiça de levantar da cadeira. A vontade de morrer encostado pra não cansar.

Daí a semana se arraaaaasta. E a gente espera ansiosamente o final de semana chegar, pra lembrar aquela paradez e aquele marasmo dos dois últimos finais de semana, de festas. Aí chega o final de semana e a gente dorme, come, joga... Passeia no parque, toma a melhor chuva da vida, escreve uma redação inspirada... e descobre que não consegue viver sem o agito da cidade grande.

E começa a contar as horas para acabar o final de semana e chegar a segunda-feira. A segunda-feira de voltar ao trabalho, de voltar para a academia, de acabar com as pendências, de começar o ano. Não... o ano não começa só depois do Carnaval.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A gente não quer só comida.

A gente quer um monte de presente de Natal, isso sim!

Acabei de voltar do shopping, das compras de Natal. Meia-noite e vinte e seis. Cheguei lá umas 22h30 e demorei uns 10 minutos pra achar uma vaguinha pra estacionar. Passei uma hora pesquisando preço de um lado pro outro. Mais uma hora andando de uma loja pra outra pra gastar meu precioso décimo terceiro em presentes. Tudo bem, trabalhei o ano todo e agora é hora de recompensar as pessoas de quem eu gosto por terem me aguentado o ano todo também.

E, como todo mundo, eu faço isso, ano após ano, e participo de amigo secreto, e peço presente de Natal, e compro coisas pras pessoas, e ganho um monte de coisas e fico feliz. E gasto dinheiro na ceia, na roupa do Natal, na roupa do Ano Novo, nisso, naquilo. E reclamo hipócrita que o Natal é uma porcaria de uma data comercial. E é mesmo! E a gente gosta mesmo é disso. É de gastar dinheiro, de ganhar presente, de comer até não poder mais, de presentear as pessoas de quem a gente gosta de acordo com as condições que a gente tem. Maldito mundo material. É disso que a gente gosta! Porque conforto e bem-estar fazem parte de uma vida feliz.

Mesmo que eu tenha que jogar todo meu charme de "Olha a minha cara de adolescente e pensa em quanto dinheiro eu devo ganhar... parcela pra mim em 5, vai?".

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Logo ali.

Tem alguma coisa errada com o mundo lá fora. Porque aqui de dentro da casinha de vidro, parece tudo estranho. Aqui tudo passa devagar, como se fosse um vídeo em câmera lenta. Mas quando abro a porta e olho para baixo, não consigo criar coragem pra pôr o pé para fora. É como se estivéssemos em um trem em alta velocidade. Tudo voando: Natal, 2015, o futuro batendo na porta.

- Mas se você não acredita em nada, o que te motiva a continuar vivendo?, foi a pergunta que ficou sem resposta.

E dentro do trem, vozes, sons, palavras, pessoas, movimentos. O futuro passando pela gente, a gente passando mal, o mal ali no futuro também. Crescendo.

Aí ninguém entende porque parece impossível continuar, mas a gente continua.

domingo, 16 de maio de 2010

Probabilidades

Comprei "O Andar do Bêbado" hoje. Ninguém me indicou nem conheço ninguém que tenha lido, mas umas duas semanas atrás, vi numa livraria do Rio e fiquei curiosa pra caramba. O livro fala de como o acaso influencia nossas vidas e de como tudo pode ser determinado por probabilidades. Aparentemente.

Ainda não abri, mas me identifiquei porque boa parte das minhas horas de ócio - e das produtivas também - passo bolando teorias sobre a vida, o universo e tudo mais (às vezes o nível de afloramento da minha alma nerd me surpreende). E precisaria de uma mesa de bar ou uma longa tarde de café pra explicar em que elas consistem. Mas basicamente, uma das indignações da minha reles existência tem a ver com... a existência. Se é que alguma coisa nesse mundo é real.

E se tantos caras - físicos, matemáticos, filósofos, maluquinhos em geral - passaram tanto tempo de suas vidas teorizando sobre elas, achei que estava na hora de começar a entender o que eles pensam, e o livro está lá em cima da cama. Mas preciso terminar "O garoto no convés" antes dele (não que eu seja justa, porque pelas minhas contas tem 27 livros na pilha "a ler" do meu armário). Mas vejamos.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Muito tempo atrás...

Está frio. Talvez não esteja tão frio quanto o frio que eu estou sentindo, mas está frio. Aqui é gelado. Tem um lençol e três cobertores sobre meu corpo, mas tudo que eu posso sentir é o vento gelado que passa na direção da minha orelha direita. Sempre durmo com esse ventinho irritante. Meu ouvido vai ficar inflamado. Sempre fica.

Tudo é sempre meio igual por aqui. As conversas se repetem, os sons se repetem, os cheiros se repetem. As cores, as coisas, a comida, os livros, as ideias. Tudo é sempre rígida, severamente igual. O mesmo marasmo da vida de todo dia.

Estranho pensar que tudo isso sempre pareceu certo, natural, e que de repente não faça mais o menor sentido. É quase como se alguém batesse na porta, pegasse o roteiro antigo e entregasse outro. “Toma, essa é você agora”. “Peraí, mas... a minha personagem! A personagem que eu representei durante todos esses anos, você não pode simplesmente...”. E a porta se fechasse com um baque surdo.