terça-feira, 20 de abril de 2010

Muito tempo atrás...

Está frio. Talvez não esteja tão frio quanto o frio que eu estou sentindo, mas está frio. Aqui é gelado. Tem um lençol e três cobertores sobre meu corpo, mas tudo que eu posso sentir é o vento gelado que passa na direção da minha orelha direita. Sempre durmo com esse ventinho irritante. Meu ouvido vai ficar inflamado. Sempre fica.

Tudo é sempre meio igual por aqui. As conversas se repetem, os sons se repetem, os cheiros se repetem. As cores, as coisas, a comida, os livros, as ideias. Tudo é sempre rígida, severamente igual. O mesmo marasmo da vida de todo dia.

Estranho pensar que tudo isso sempre pareceu certo, natural, e que de repente não faça mais o menor sentido. É quase como se alguém batesse na porta, pegasse o roteiro antigo e entregasse outro. “Toma, essa é você agora”. “Peraí, mas... a minha personagem! A personagem que eu representei durante todos esses anos, você não pode simplesmente...”. E a porta se fechasse com um baque surdo.

4 comentários:

Cláu disse...

Dica para personagens-relâmpago que aparecem por aí: incorpora e vai. Faz à sua maneira, Bô, e arrisque umas falas manjadas, mas não dê muita corda pra eles. Uma hora, aquilo que é "orgânico", como meu professor adoraaaaaava falar, desponta na superfície. E é mágico. :)

Rodrigo disse...

esse foi depois daquela segunda-feira, certo??

bjao!

Mar e Ana disse...

oi =]

Boozy ~* disse...

As vezes acontece de tudo mudar, mas as vezes acontece da gente mudar, sem explicação, a gente só sente que nada mais é como antes.
E é nessas horas que nunca sabemos o que falar, o que fazer, o que pensar ...