quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Oi, eu sou maluca.

Eu tenho uma amiga imaginária. É, eu tenho 20 anos e tenho uma amiga imaginária. O nome dela é Carol, e nós somos amigas desde sempre. Bom, eu devia ter uns quatro, cinco anos quando conversamos pela primeira vez. Carol... não sei porque, mas acho que é porque eu nunca me dei muito bem com “Caróis” por aí. Devo ter tido umas duas, três amigas com esse nome na vida, e sempre quis ter uma Carol mais próxima.

Eu conto tudo da minha vida pra Carol. Tipo, tudo. E ela acaba sabendo mais de mim do que eu mesma. Normalmente, ela é quem joga na minha cara verdades que eu insisto em negar, e é quem me faz admitir coisas que eu não admitiria nem que me pagassem. “Não, não é bem assim” “Bonie, larga a mão de ser idiota, é assim sim!” “Não, não é” “Bonie...”. Ela sempre me pega.

A Carol não tem rosto, nem sei se ela é alta ou baixa, gorda ou magra. Só sei que ela é morena de cabelo comprido. E tem TPM. E eu vivo jogando na cara dela que eu não tenho. Como que pra me vingar das coisas que ela joga na minha cara, talvez. Ou pra provar que, apesar de todos os meus problemas e esquisitices, pelo menos TPM eu não tenho.

É ela que ri das minhas idiotices, que dispensa minha necessidade de escrever em diários, que presta a maior atenção nas histórias – muitas vezes, também imaginárias – que eu não conto pra mais ninguém. Às vezes, ela se transforma em alguém conhecido pra quem eu conto uma história real, outras vezes é só aquela pessoa sem rosto que fica ali pra conversar. Ahm... ok, eu sou maluca, mesmo.

Claro que a gente briga, quando ela tenta me convencer de coisas em que eu não quero acreditar. Mas que, no fundo, são inegáveis. Mas é legal ter uma amiga imaginária. Ela só aparece quando eu preciso, só me conta o que eu quero saber e nunca me cansa. Só que de qualquer jeito, meus amigos reais continuam a ser indispensáveis.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

20 primaveras

No dia 28 de janeiro do ano passado, eu postei aqui as “19 metas para cumprir aos 19 anos”.
Um ano se passou, e cá estou eu, novamente, tentando escrever alguma coisa sobre o fato de fazer aniversário. Só pra constar, se eu tenho algo que comemorar, é o Ponta do Durex ter sobrevivido até hoje. Acho que pelo menos isso eu comecei pra não desistir depois de uma semana. E algumas coisinhas mais, também.

Eu fiz a listinha, e agora a gente pode ver se eu realmente cumpri ALGUMA das metas.

1. Tocar teclado direito pra poder aprender a tocar piano. – ahm... não.
2. Me dedicar aos estudos e parar de dormir nas aulas que eu não gosto. – bom, pra ser sincera, eu parei de dormir nas aulas de que eu não gosto. Resolvi ficar dormindo em casa e simplesmente não aparecer na faculdade.
3. Emagrecer os sei lá quantos quilos que eu ainda acho que preciso. – ahm... não.
4. Arranjar um estágio na área de jornalismo mesmo. – não que seja o que eu procurava, mas é, arranjei.
5. Me importar menos com a opinião dos outros. – será? Acho que eu consegui, pelo menos um pouquinhoinhoinho.
6. Ver mais filmes. – Check. Ok, não tanto quanto eu gostaria, mas check.
7. Entrar menos no MSN. – Check.
8. Escrever mais / postar mais no blog. – Check.
9. Ir ao JUCA. – Tem meio certo nessa brincadeira? Hahaha.
10. Guardar algum dinheirinho. – Bem ‘inho’, bem mesmo.
11. Usar mais metáforas; tentar entender as metáforas dos outros. – Acho que eu tô ficando boa nisso.
12. Ler mais livros. – Pééééééé. Eu li mais livros nos últimos 30 dias do que no ano de 2008 inteiro. E é sério.
13. Fazer novos amigos e manter os velhos. – Check.
14. Sobreviver à rotina “Faculdade – trabalho – alemão – Trabalhos da Cásper”. – Tô escrevendo aqui, ainda, não tô?
15. Ser menos grossa/fria/insensível – ou pelo menos aparentar ser menos tudo isso. – Acho que eu não sou a pessoa mais indicada pra afirmar isso.
16. Ir a mais festas; só as baladas boas de faculdades legais. – Se elas foram boas e de faculdades legais é que eu não sei...
17. Escrever pro Esquinas ou pra Imprensa, antes que seja tarde demais. – É... assim... pensando bem... tá, check.
18. Cuidar mais de mim mesma. Em todos os sentidos. E dos outros também. – Depende da época do ano. Andei em extremos nos últimos 365 dias =x.
19. Ser mais feliz, se é que é possível. – Tem mesmo que responder essa?

Ah... tá. Essa lista boba aí de cima só serviu pra ver que eu nunca cumpro nem 50% das coisas a que eu me proponho. Então... quer saber? Pros próximos 365 dias, vou deixar a vida acontecer. :)

sábado, 24 de janeiro de 2009

Viagenzinhas parte 4.438

“Sempre acho que nada é por acaso”, eu disse esses dias pra Vânia no MSN.

É tão engraçado a gente parar pra pensar nas coisas do passado – e nem precisa ser tão passado assim, pode ser tipo dois meses atrás – e ver que elas não foram em vão. Na época, com certeza, você achou que aquele namoro tinha sido a pior coisa por que você passou, que aquela mancada que sua amiga deu com você era imperdoável e impossível de esquecer, que aquele emprego que você recusou era a sua cara e você perdeu.

Mas, se você parar pra analisar, hoje, vai ver que foi bem melhor assim. No fundo, aquele namoro fez você conhecer pessoas maravilhosas que hoje fazem parte da sua vida. Por causa da mancada que sua amiga deu com você, a amizade se fortaleceu e hoje vocês são inseparáveis. E o emprego que você recusou nem era tão legal assim... hoje você trabalha num lugar maior e melhor, mesmo que tenha sofrido um pouquinho pra isso.

E é bem verdade que algumas situações esquisitas tornam-se marcos na vida da gente, a ponto de a gente querer relembrar sempre e talvez até revivê-las. Ao mesmo tempo em que outras a gente poderia simplesmente... esquecer pra sempre.

O que importa, na verdade, é que a gente não vai esquecer. Nem as coisas boas, nem as ruins. E acaba sendo melhor assim, porque é desse jeito que a gente acaba mantendo um registrinho da vida, e de tudo que aprendeu com ela. Aliás, será que dá pra calcular quanto eu aprendi nos últimos 20 anos? Uau.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

De céu azul e sol brilhando.

Sinto gosto de verão. Não só sinto gosto de verão, mas sinto cheiro de verão, vejo cores de verão. Talvez porque seja verão. Saí de casa hoje de manhã com roupa de frio, mas lá no fundo eu sabia que ia continuar sendo verão. Porque no verão eu saio cedo e não me importo, já que de manhã, quando ainda tem um ventinho, é muito mais gostoso andar sob o sol.

Porque no verão eu levanto da cama pensando em leite gelado, eu lavo o rosto sem medo da água fria, eu sinto cheiro de almoço sendo feito de manhã cedinho, na padaria, e sorrio. Eu sorrio pra vida. É, eu sorrio pra vida. E eu sorrio pro verão, porque eu sei que ele vai me sorrir de volta. Porque eu sei que o sol não vai negar meu pedido de desculpas por não olhá-lo de frente. Porque o céu azul não vai fugir de mim quando eu quiser ficar deitada no chão pensando na vida.

Mas o verão não é incondicionalmente bom. Acho que a única coisa incondicionalmente boa que existe no mundo é chocolate. E recém-nascido, talvez. Verão só é bom com ar-condicionado, com sorvete, com água fresca, com piscina, com andorinha, com brisa, com gente por perto pra viver. Mas é que isso tudo é meio que parte do verão, um não é sem o outro, o outro é a razão de ser do um. Sei lá. Só sei que quando eu penso que é verão, e olho lá fora e vejo esse céu azul mais azul ainda, esqueço de passar metade do dia reclamando de coisas que não vão mudar.

No verão me dá mais vontade ainda de viver.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

E acabou num abraço apertado.

- E se eu disser que você é a menina de quem eu mais gostei na minha vida?
- Eu não vou saber se é verdade.
- E se eu disser que você é a única menina de quem eu gostei de verdade?
- Eu também não vou ter certeza...

Os olhos voltados para o céu, o vento gelado no rosto, a mão amiga ao redor da cintura. Ele só queria fazê-la sorrir. Ela engolia o choro enquanto olhava as luzes de Natal em breve apagadas. Talvez tenham sido mais, algum dia. Agora, pareciam ser amigos, dos melhores. Era o momento deles.

Que podia durar pra sempre.

Mas acabou num abraço apertado.