quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Tchauzinho, 2008.

Meu Natal foi uma merda. É, foi uma merda mesmo, como se pode ler no post abaixo.

Não os dias que antecederam o Natal, que foram ótimos. Nem os dias seguintes, que foram indescritíveis. Mas sei lá, das 8 da noite do dia 24 até o fim do dia 25, foi tudo péssimo. Acho que eu nunca tive um Natal tão idiota.

Só que hoje, talvez pra compensar, eu acordei disposta a fazer do último dia do ano um ótimo dia. Na verdade, menos que isso, eu acordei disposta. E é uma coisa que não tem acontecido com muita freqüência nos últimos, sei lá, doze meses. Já era motivo pra comemorar. Comi um biscoitinho e fui lá pra baixo jogar tênis com o meu pai (uma coisa que eu não fazia há uns, sei lá, doze meses).

Tinha um molequinho pentelho de uns seis ou sete anos que queria jogar também, mas a gente não deixou. Coitado do molequinho. Mas ah, é o último dia do ano, vá, deixa a gente ser feliz um pouco. Depois eu saí pra comer, e numa esquina da Ibirapuera, tinha uma menininha vendendo balas. Eu disse que eu não queria, obrigada. Fiz o retorno e acabei parando de novo no semáforo; a mesma menininha veio me oferecer balas pra comprar. Eu disse que não, obrigada. Mas quase abri o vidro pra desejar a ela um Feliz Ano Novo.

Mais tarde eu passei na frente do colégio em que eu estudei da quinta série até o terceiro colegial, voltando pra casa. Naquela esquina no fim da rua, mora um mendigo desde que eu comecei a estudar lá. Todo dia, ele pede a mesma coisa pras mesmas pessoas que moram, trabalham ou estudam por ali. E acho que nos sete anos em que eu fiz o mesmo caminho, nunca dei nada pra ele. Nada. Revirei a bolsa procurando algum trocado, mas só achei uma moedinha de dez centavos. Fiquei com vergonha de dar só dez centavos pra ele, bem no último dia do ano. Fiz aquela cara de “putz, não tenho nada” e disse: “Putz, não tenho nada...”. De novo, quase abri o vidro pra desejar Feliz Ano Novo, toda sorridente.

Fiquei meio feliz, meio triste. Por essas pessoas que passam o Ano Novo sem Tender na mesa. Ah, que tonta. Elas devem passar o Ano Novo até sem mesa, se bobear. Na porta de casa, parei de me censurar e abri o vidro pra desejar um Feliz Ano Novo pro porteiro do condomínio, toda sorridente. Ele me sorriu de volta e disse um “Feliz Ano Novo” bem simpático. Aí, quando eu passava pelo portão, ouvi, lá de longe, o porteiro da outra guarita gritando um “Feliz Ano Novo” pra mim.

Sorte deles que foram passar a virada em casa. Fiquei pensando no pessoal que vai trabalhar à meia-noite. Tipo os porteiros do turno da noite, mesmo. Acho que vou acabar descendo lá pra desejar um 2009 legal pra eles. E sabe, espero que em todos os dias de 2009, eu – e não só eu – acorde sorrindo pra vida e pras pessoas. Que nem hoje.

E... ah! Um 2009 legal pra vocês :)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Então foi Natal.

Sempre me sinto pressionada a escrever alguma coisa decente no Natal. Sei lá, por ser uma data especial e eu achar que as pessoas esperam ler coisas especiais em datas especiais. Ou porque eu mesma entro nos sites por aí esperando ler coisas especiais em datas especiais.

Mas... é sempre igual. São sempre as mesmas comemorações, os mesmos desejos, as mesmas indignações. Ano passado eu escrevi alguma coisa sobre o espírito do Natal, a coisa de eu ficar toda feliz mesmo passando o Natal em casa, só com os meus pais. Esse ano, pelo contrário, até me revoltei um pouquinho com a data.

Faltou luz no Natal. Eu passei o Natal no escuro, de pijama, só com os meus pais, sem champanhe, de cabelo preso num coque por preguiça de me arrumar. Depois da meia-noite, passei uns 20 minutos no quarto ligando pra pessoas de quem eu gosto e mandando mensagens de texto pra desejar Feliz Natal. Aí fui lá comer a sobremesa, abri os presentes sob a luz de uma lanterninha, e fui dormir. À uma da manhã.

Eu passei o Natal de pijama. E isso me fez muito pensar que o Natal é um dia como qualquer outro. Tem gente que dorme antes da meia-noite no Natal. Tem gente que não ceia no Natal, tem gente que não ganha presente no Natal. Tem gente que trabalha no Natal. Pra que é que a gente faz tudo diferente no Natal?

sábado, 13 de dezembro de 2008

Nhé

Eu sei que é clima de Natal e tudo isso.

Eu sei que eu tô de férias e não tenho nada pra fazer.

Eu sei que eu criei um blog porque eu gosto de escrever baboseiras e queria que as pessoas me lessem.

Eu sei que eu ando negligente com o Ponta do Durex e panz.

Mas eu juro que não consegui escrever nada que prestasse nas duas últimas semanas.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Jogo da memória

Faz um tempão que eu não sento pra escrever nada. E sei lá, tava aqui no trabalho pensando na vida – já que trabalho mesmo quase não tem – e resolvi escrever alguma coisa só pra encher lingüiça. O problema é que eu tenho certeza que tenho uns trocentos temas sobre os quais escrever, mas nunca lembro deles quando estou sentada na frente do computador.

Sabe, a memória é uma coisa engraçada. A minha, por exemplo, é ótima pra números de telefone, e pra situações também, meio visual até. Do tipo “Ah, na primeira vez que eu te vi eu estava usando aquele cachecol cor-de-rosa, né?” ou “Nossa, esbarrei com você no elevador quando você tava de verde”, sei lá.

Eu lembro do número de telefone de uma menina que foi minha amiga no colégio. E eu não ligo pra ela desde o primeiro colegial, eu acho. E nem falo com ela, pra falar a verdade. Decoro telefones rapidinho. Quando eu era mais nova, eu sabia o número de chamada de qualquer pessoa na classe, a data de aniversário de todo mundo que já tivesse me falado, e a roupa que todo mundo tinha usado no dia anterior.

Todo mundo diz que tem coisas que a memória resolve apagar, pro nosso próprio bem. Eu não me lembro de nada que... ah, se a minha memória apagou, é óbvio que eu não lembro, duh. Mas lembro de situaçõezinhas x quando eu tinha meus três ou quatro anos, como quando eu resolvi que ia casar com o dono da empresa de móveis para banheiro, só porque no armário do banheiro estava escrito “Bonatto”.

Ou o dia em que eu levei o maior tombo entrando no ônibus de turistas em Gramado, e fiquei com o joelho sangrando o jantar todo. E não quis que a minha mãe passasse mercúrio – que era a única coisa que tinha no hotel – porque minha perna ia ficar pintada de vermelho. E um velho do ônibus, de uns 60 anos, ficou brincando com os meus protetores de orelha e falando pra eu não chorar que ele ia casar comigo. Como se eu estivesse chorando, humpf.

Eu lembro de montes de coisas inúteis, pra falar a verdade.

Então me explica, pelamordedeus, por que raios eu não consigo lembrar a senha do meu e-mail do Yahoo?