domingo, 21 de setembro de 2008

Eu gosto do virtual.

Hoje, no meio de uma conversa, comentei com alguém que eu gosto do mundo virtual. Gosto de amigos virtuais, de piadas virtuais, de abraços virtuais. Gosto de encontros virtuais e até de amar virtualmente. O problema é que, no mundo real, nunca é a mesma coisa.

Virtualmente, a vida é super mais fácil. Pra começar, ninguém te vê, te observa. Um abraço virtual é sempre mais fácil e mais oportuno. Mandar um beijo pelo msn é super comum, mas ao vivo nem sempre a gente faz isso pra se despedir. É muito mais fácil falar do que fazer. E é muito mais fácil escrever do que falar, aliás.

Escrever um “eu te amo” no msn, no Orkut ou numa mensagem no celular é moleza. E falar, alguém fala? Até contar as coisas é mais fácil. Ou falar sobre algum assunto importante, sei lá. Ter que olhar nos olhos da pessoa com quem se fala é tão... intimidador.

Muitas vezes, quando eu converso com as pessoas, se é que eu consigo falar o que eu quero falar, eu olho pro lado, pra baixo, mexo no brinco, olho as fotos de um livro ou cismo com aquele fiozinho escapando na costura da blusa. Vocês já devem ter reparado. Se eu tenho que escrever no msn, plim. Sai tudo em dois minutos.

Ou quase tudo.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pensamentos por aí.

A gente precisa de tempo pra pensar na vida.

Sabe quando você fica parado, sem fazer nada, só pensando em um monte de coisas? Por mim, eu ficaria horas deitada na minha cama... não, não, na minha cama não. Sentada num banco... ah, também não. Deitada na grama. Pensando na vida.

Ah, pensa só. Aquele dia quentinho... não escaldante, só quentinho. Que dê pra usar moletom, mas que esteja sol. Aí você acorda, se espreguiça, toma o leitinho e vai lá pro jardim. Deita na grama e fica olhando as nuvens. A coisa mais legal é ficar vendo o formato das nuvens, chutando com o que elas se parecem.

Aí você liga uma música calminha, tipo Keane, sei lá. E fica lá ouvindo e pensando na vida. Pensa nos trabalhos da faculdade, porque não tem como evitar. Pensa no que vai comer no almoço, já que é domingo. Pensa no que a sua amiga te contou ontem; pensa no palpite que aquela outra deu sobre certo fato. Por alguns instantes, tenta não pensar em nada.

Lembra de coisas que aconteceram com você nos últimos dias, lembra de coisas que aconteceram com você nos últimos anos. Imagina onde você vai estar daqui a um certo tempo. Sonha com a tão esperada viagem. Cria situações fictícias com pessoas que você conhece, só para se divertir.

O tempo passa e você não precisa de mais nada. Só daqueles minutos com você mesmo, deixando a imaginação passear. Luzes, cores, formas, lugares, pessoas. Tudo ali, dentro de um espacinho mínimo no seu cérebro. Dentro de você.

Acho que eu tô precisando de um tempo pra olhar pro céu e pensar na vida.

domingo, 14 de setembro de 2008

É...

...desisti de tentar entender as coisas da vida.

sábado, 6 de setembro de 2008

Dá pra entender?

Esses dias eu entrei no ônibus (ai, pelamordedeus, mais uma de ônibus não... finge que eu tava... no elevador, no metrô, no meio da rua, não faz diferença) depois de um dia exaustivo de trabalho e tal. Sentei lá no fundo e tinha dois menininhos surdos conversando.

Como todo mundo sabe, menininhos surdos conversam em linguagem de sinais. E, fora uma meia dúzia de letras, eu não sei absolutamente nada de linguagem de sinais. Logo, fiquei observando os meninos e tentando descobrir sobre o que eles estavam conversando. Os dois deviam ter mais ou menos uns 12, 13 anos. Usavam uniforme da escola e estavam indo lá pra AACD fazer algum curso (como eu descobri depois, quando desci no mesmo ponto que os dois e tinha tipo um congresso de surdos reunidos indo lá pra AACD fazer algum curso).

Comecei a pensar se eles estavam conversando sobre a escola, sobre a família, sobre o trânsito, sobre o que iam comer à noite. Fiquei olhando um tempão pra eles, prestando atenção, e nem me dei conta de que talvez fosse mais educado eu não fazer isso. Aí começou a me passar pela cabeça que, talvez, eles pudessem estar falando... de mim! Algo do tipo “Por que diabos essa menina chata fica olhando pra gente? Nunca viu um surdo na vida?”.

Ok, sei que é paranóia minha, mas confesso que eu fiquei meio preocupada com isso. Sei lá, é horrível não entender as coisas. Nada a ver com o fato de eu ser uma das pessoas mais curiosas (nada de enxerida, cu-ri-o-sa.) que eu conheço, mas foi tão irritante quanto sentar ao lado de dois... sei lá, finlandeses, conversando e não entender uma só palavra. E ficar pensando que a mulher pode estar falando mal do Brasil ou que o cara pode estar comentando o corte de cabelo bizarro da menina sentada ao lado. No caso, você.

A gente se irrita com as coisas que a gente não entende justamente pelo medo de que elas possam nos atingir. E, ao mesmo tempo, achamos essas coisas que a gente não entende fascinantes, pela ansiedade de descobrir o que elas querem dizer.

Que post óbvio.

Agora eu preciso entender porque eu demorei dezenove anos e meio pra me dar conta disso. Whatever.