sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O não-ser jornalista.

Minha relação com o jornalismo é de amor e ódio.

Nem tanto... eu amo ser jornalista. Ou talvez eu amasse, se eu fosse uma de fato. O que eu odeio é NÃO SER jornalista AINDA. Bom, pelo menos é o que parece, já que as pessoas que não querem perder o precioso tempo delas pra me dar informaçõezinhas mínimas sobre qualquer coisa alegam quem “só falam pra imprensa”. Pois é, o gerente de marketing do shopping “só fala pra imprensa”, de acordo com a mocinha que disse que eu “poderia estar olhando no site do shopping, lá tem todos os releases de imprensa”.

Se eu quisesse informações que estão no site, eu não ia ligar pra falar com o fulaninho que deve ser bem importante, já que não tem tempo pra falar com uma estudante de jornalismo que precisa escrever uma matéria pra passar de ano. Parece que eu não sou parte da imprensa ainda, de qualquer jeito.

Tô entrando em crise existencial. Além de estudante de jornalismo praticamente no terceiro ano (se é que eu vou passar em Métodos e Técnicas de Pesquisa Científica) e sem emprego, ainda descobri que meu Deus, eu tô MESMO no terceiro ano. E isso quer dizer que eu já fiz metade da faculdade e que daqui a dois anos ela acaba e eu nunca mais vou ver todo mundo que está lá e... tá, já virou nostalgia antecipada de fim de ano. Mas que vai ser triste, vai.

A não ser pelo fato de que aí eu vou ser formada :) E se eu der sorte, vou ter um empreguinho qualquer, que, bom, não vai me dar muito dinheiro mas vai dar pra eu viver. E aí, só porque eu vou dizer que trabalho pro jornal do meu bairro, o gerente de marketing do shopping VAI me dar as informações de que eu preciso.

Reitero: a relação é de amor e ódio. Mais amor que ódio. =]

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Amigo.

Entre as tantas definições desta palavrinha de cinco letras, não sei identificar a verdadeira.

Começa sempre de um jeito meio inocente, meio sem graça, sem muita intimidade... Muitas vezes é uma conversa besta, um livro de que os dois gostaram, um conhecido em comum, uma indicação de endereço. E daí surge uma simpatia, um “alguma coisa” que faz você ter vontade de levar adiante. Tem amigo de blog, amigo de fotolog, amigo que pega sempre o mesmo ônibus que você. Tem amigo-de-amigo, amigo-colega, amigo-irmão. Tem o amigo com quem você só ri, mas sabe que pode contar com ele se precisar. Tem aquela pessoa que senta do seu lado, com quem você nunca falou, e que te conta a vida toda desde o oi. Tem o amigo por convenção, o amigo que se aproximou recentemente, o amigo que se afastou recentemente. Tem amigo de todo dia, amigo de uma vez por mês, amigo de uma vez por ano.

Cada um é de um jeito, cada um é único, e cada um é especial assim mesmo. Amizade entre homens, que dizem – injustamente – que é mais sincera; entre mulheres, que tende a ter mais competição; amizade entre homem e mulher, na qual eu acredito piamente e provo por a + b que existe sim. Amizade entre duas pessoas, entre cinco, entre quarenta, não importa. Tem amigo vizinho, amigo que passa horas com você, amigo que mora longe e que só vai te visitar uma vez a cada x milênios. Mas por mais longe que esteja, nunca deixa de estar com você. Nem que seja só em pensamento.

Amigo de verdade agüenta de tudo. Ouve quando você precisa, fala o que você precisa ouvir, não tem medo nem vergonha de te contar as coisas; não se acanha em te dizer quando você está errado, mas quando está certo te apóia sempre. Amigo agüenta suas crises no MSN de madrugada, liga pra você nem que seja pra ficar em silêncio, conversa com você nem que seja sobre a falta de assunto, espera você voltar pra casa pra conversar, faz farra com você, te entende só por um olhar, por um sorriso.

E com o tempo a gente aprende a lidar com cada amigo, do jeitinho que ele é. Entender o que faz ele feliz, do que ele não gosta, e o que é que nos aproxima.

[Post longo, mas válido. Dedicado a todo mundo que... enfim, não preciso dizer. E principalmente a uma certa melhor amiga que fez aniversário uns dois dias atrás. :)]

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Conversa de ônibus

- Ai, ficou sabendo que o Jorginho morreu?
- Sério? Poxa, que pena… A Marilda deve estar sofrendo né.
- É, coitadinha… Mas isso passa.
- Bom, quando meu pai morreu foi assim também. No começo é chato né, mas ele tava doente, e minha mãe sofreu pra caramba.
- Ah, quando eu perdi meu marido fiquei mal por um tempo, mas acostumei. Às vezes parece que a saudade só aumenta com o tempo, em vez de diminuir… Mas aí passam 5, 6 anos, e de repente você percebe que nem lembra mais.
- Hum, ele era da Bahia também né?
- É verdade, o povo da Bahia tem morrido bastante…
- Ai, credo né. Parece que o pessoal vem da Bahia pra morrer aqui.
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(in Cubicularis 28/10/2007)